Empoderamento Feminino

Empreendedorismo e procrastinação

Procrastinação não combina com empreendedorismo. Veja como reconhecer seus sintomas.

Procrastinar é “deixar para amanhã o que você poderia fazer hoje”. Mas por que as pessoas fazem isso? Em geral, porque estão buscando ativamente atividades que são mais fáceis, interessantes ou prazerosas, ao invés de ter que passar pelo incômodo ou dificuldade associada à realização das tarefas mais chatas ou difíceis, mesmo sabendo que essas tarefas poderão levar a um benefício maior no futuro.

Fonte da imagem: deviantart.com

A pessoa que procrastina está normalmente bem ocupada. Ao contrário do preguiçoso, que realmente não faz nada, a pessoa que tem tendência a procrastinar é bastante ativa, mas se ocupa com o que gosta de fazer ou acha relativamente fácil. São pessoas que quando chegam ao fim do dia, experimentam a sensação de ter corrido o dia todo, mas não lembram exatamente o que fizeram ou o que realizaram, e ainda continuam com uma longa lista de tarefas pela frente. De acordo com o psicólogo inglês Michael Neenan, pessoas que procrastinam em geral têm baixa tolerância à frustração.

Procrastinar é diferente de planejar. Planejar é quando você marca para fazer algo em um dia, no futuro, por algum motivo específico – por exemplo, para ter maiores informações para poder tomar uma decisão melhor, ou para gerenciar melhor seu tempo e agenda. Na procrastinação, o “deixar para amanhã” é deixar para uma data vaga no futuro, que continua em aberto e nunca chega, e quando chega, a tarefa é feita as pressas ou novamente evitada.

A procrastinação é às vezes descrita como o “ladrão do tempo”, reflete uma falta de autogerenciamento que resulta na pessoa roubando seu próprio tempo, tempo que, em geral, as pessoas pagariam qualquer coisa para ter de volta, quando já não dá mais… Em essência, quando a gente busca ganhar tempo com a procrastinação, a gente se condena a ficar sem tempo. Quando se torna crônica, a procrastinação pode ter custos bem elevados, sendo associada à depressão, baixo rendimento escolar e profissional, ansiedade, sentimento de culpa constante e baixa autoestima.

Há diferentes perfis de pessoas que tendem a apresentar essa característica. Esses perfis e comportamentos podem aparecer isoladamente ou em conjunto:

  • O perfeccionista: não inicia um trabalho com medo de que ele saia menos do que perfeito e dessa forma seja “um fracasso”.
  • O sonhador: tem grandes ideias, mas não se dá ao trabalho de buscar transformá-las em realidade.
  • O catastrofista: tem medo de que as coisas deem muito errado e por isso evita começá-las.
  • O rebelde: não faz porque não gosta de seguir ordens; aceita as tarefas, mas depois não as realiza como uma forma de agressão passiva.
  • O aventureiro: quer sentir a adrenalina de ter que fazer muito em pouco tempo, deixar para a última hora.
  • O perfil Atlas, que quer carregar o mundo nos ombros: aceita tarefas demais, sem determinar prioridades ou limites.

Pessoas que querem ser empreendedoras, seja em um emprego corporativo (intraempreendedorismo) ou efetivamente sendo dono de sua própria empresa, não podem procrastinar. Uma pessoa com forte perfil procrastinador não será um empreendedor de sucesso. Mas se alguns ou vários desses exemplos ressoaram em você, não é o fim do mundo! Há várias formas de lidar com isso, que serão discutidas no próximo artigo.

Cristiane Piza é economista pela UFRJ e MBA em Finanças pela Columbia Business School e atua na área de Financiamentos Estruturados de um banco internacional. Possui vasta experiência em M&A, tendo atuado em diversas operações pelo ABN AMRO Bank em Nova Iorque e Idea Capital em São Paulo e também em private equity pelo Bioenergy Development Fund. É diretora e co-fundadora do Chapter Brasil do 85 Broads, grupo global para fortalecimento do networking entre mulheres executivas com 30.000 participantes no mundo.

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