Empoderamento Feminino

Ensine sua Equipe a Intraempreender

Por Deborah Munhoz

Você já deve ter ouvido falar que o problema educacional no Brasil tem influência sobre a criatividade e a produtividade. O que você talvez ainda não tenha pensado é que o Brasil, como todo país latinoamericano, tem sua educação caracterizada pelo vitimismo e que este tipo de educação inibe nas pessoas a capacidade de criar e produzir.

Desde a mais tenra idade, professores, na sua grande maioria simpatizantes das ideias de luta de classe de Karl Marx, ensinam as crianças a serem vítimas: vítimas da colonização portuguesa e espanhola, vítimas dos americanos e vítimas de patrões que sempre estão a explorar a tal classe trabalhadora. Dentro deste contexto, a pessoa que abre a empresa nem é percebida como uma trabalhadora!

Ano após ano, gerações crescem com baixa autoestima e tendem a enxergar seus patrões como oponentes. Pessoas que crescem neste sistema de ensino tendem a ser inseguras, a se sentirem incapazes de ser donos de sua própria vida, sem motivação para sonhar, crescer, construir o próprio futuro. Isto acontece há anos em toda a América Latina, cuja economia é predominantemente fechada. A jovem cientista política e jornalista Glória Alvarez fez várias palestras no Brasil sobre o assunto em 2015.

Vemos todos os dias o resultado desse processo: pessoas sem atitude, incapazes de ter ideias próprias, de pensarem por si mesmas, pessoas que tem medo de assumir posições, de correr riscos. Pessoas assim veem o Governo como uma mina de ouro, um salvador, e nunca se veem como agentes de transformação, capazes de mudar a realidade. Isso cria um ciclo vicioso. Pessoas com perfil de vítimas votam em governos com promessas populistas que por sua vez mantêm a educação de baixa qualidade perpetuando o vitimismo. Se por um lado essa educação é ótima para esse tipo de governo, é péssima para gerar pessoas capazes de resolver problemas e formar times capazes de superar as adversidades da vida prática. Também sabemos que governos populistas são ruins para as empresas que não estão no seu “apadrinhamento” e desfavorecem a livre iniciativa.

Fonte da Imagem: Estúdio Trevisart
Fonte da Imagem: Estúdio Trevisart

Como esperar que uma empresa se desenvolva se as pessoas contratadas, lá no fundo, se consideram inferiores? Cujo potencial já vem castrado do ambiente escolar? E por que não perguntar quantas vezes nós mesmos, empreendedores, nos fazemos de vítimas neste país? Empresas do século XXI precisam de pessoas com boa autoestima, capazes de pensar por si mesmas, criativas e produtivas. De pouco adianta capacitações e discurso inovadores se o paradigma que está introjetado na pessoa é de ser vítima, não protagonista. É sabido que um brasileiro produz quatro vezes menos que um americano e a metade do que um chileno é capaz de fazer (Conferir a reportagem de Cláudia Colli “Um trabalhador americano produz como quatro brasileiros” disponível em http://migre.me/sHIkY ).

A grande maioria dos brasileiros sequer consideram as empresas onde trabalham como a fonte geradora da riqueza do país, que vem do seu próprio trabalho, ou seja, parte do chamado “dinheiro público”. Muitos jovens profissionais saem dos cursos técnicos e universidades ainda acreditando que existe “almoço grátis”. Pulam de empresa em empresa preocupados especialmente com vale-transporte e benefícios. Nunca pensam no que podem entregar para fazer a empresa crescer, para o país crescer. Querem salário, não oportunidade de desenvolver e gerar valor.

O que fazer então? A cantora de jazz Nina Simone tem uma música cuja letra ilustra bem a solução, mostra a mudança de perspectiva quando uma pessoa sai do foco do que ela não tem para o reconhecimento de que ela tem: ela mesma e a própria vida (Ain’t got no/I got Life – legendado em http://migre.me/sHU1)

Minha sugestão: Não se faça de vítima esperando uma mudança de comportamento do Governo. Invista na capacitação dos seus empregados. Faça-os descobrir que estão vivos, faça-os entender como sua empresa sobrevive no mercado brasileiro; ensine-os sobre a carga tributária. Corte o ciclo de vitimismo de seus empregados pela raiz: ensine-os a intra-empreender!

 

 

 

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