Emocionante, encantadora e inspiradora esta história, que retrata a vida de uma jovem e sua família, num momento político de grandes conflitos e austeridade no Afeganistão. Uma realidade difícil de ser compreendida por nós, que nunca chegamos perto de viver a repressão e a violência imposta pelo regime Talibã às mulheres afegãs.
A força e a determinação da jovem Kamila que, impedida pelo regime de fazer quase tudo, consegue sonhar e criar alternativas de sobrevivência para sua família e para inúmeras mulheres que, como ela, precisavam comer, vestir, sonhar e se manterem vivas.
A ideia de costurar e vender roupas femininas para o comércio local, mesmo com todo o risco que isso envolvia, levou Kamila a desafiar leis, desobedecer ordens e conselhos e se arriscar pela ruas de Cabul, tudo isso para manter unidos seus cinco irmãos e dar a muitas meninas a oportunidade de aprender um ofício, já que as mulheres não podiam mais estudar e sequer sair de casa.
A cultura e hábitos locais são descritos com clareza e nos faz compreender como a vida transcorria, mesmo com todas estas restrições impostas. É uma história real de uma jovem mulher, que coloca seus ideais acima dos seus medos, e que pensa muito além de si própria e dos seus familiares.
Kamila é uma mulher que, mesmo no meio do caos que sua cidade se encontrava, busca força para lutar por outras mulheres e transforma a história de cada uma. Resgata e dissemina sentimentos de respeito, valorização e solidariedade, contribuindo para a transformação de um país após a retirada do regime Talibã.
Este é um livro que merece estar na cabeceira de todas as mulheres, principalmente as empreendedoras que, às vezes, perdem o fôlego e a animação diante das dificuldades do empreender.
Nenhum comentário “Leitura com pROSA: A Costureira de Khair Khana”
Agradeço pela indicação, acredito que será indispensável para os momentos onde o medo se fará presente e atitudes positivas serão necessárias. Adorei o detalhe rosa na capa do livro, o que mostra que que essa cor defini a nossa feminilidade e não a nossa fragilidade. Ana.