Os anos em que trabalhei como auditora independente me possibilitaram analisar e criticar os controles internos de uma gama de empresas dos mais variados portes e segmentos de mercado. Hoje como empreendedora continuo exercitando essa crítica nas empresas que estão no mercado, e principalmente nas quais estou a frente na administração. Percebo que instalar e manter um nível de independência nas operações das empresas não é um processo simples, principalmente porque este deve ser contínuo e envolve todas as variáveis que há em uma organização. Penso que o “I” dessa questão passa pela “cultura organizacional” e pelo “planejamento” tão fundamentais, mas os quais empreendedores e empresários ainda negligenciam tanto.
Nenhum negócio é estático. Por vontade própria ou por forças externas mudanças nas rotinas e até no próprio rumo da organização podem acontecer a qualquer momento. Esteja preparado. Planeje ações que visem aumentar a independência do seu negócio. Comece fazendo com que você e seus colaboradores deixem de ser totalmente indispensáveis para o sucesso de algumas rotinas e operações. É fato que empresas são as pessoas que as constituem, mas o negócio deve funcionar independente das pessoas envolvidas, afinal o negócio permanece enquanto as pessoas passam. Que fique claro que, quando falo que pessoas devem ser dispensáveis na grande maioria das vezes, estou ignorando o fator excelência das empresas, o qual só é possível com uma equipe de alta performance. O que trago para reflexão é o fator “capacidade de realização” o que dentro de uma necessidade real e rotineira que todas as empresas tem pode ser a diferença entre a sobrevivência e a falência.
Para se criar um ambiente de operações independentes todas as variáveis devem ser consideradas e bem trabalhadas, os recursos tecnológicos, a infraestrutura, o capital de informações, mas em especial o capital humano. Ambas devem ser trabalhadas simultaneamente e de forma contínua, mas vale destacar que entre elas o capital humano é a engrenagem para o bom desenvolvimento das demais. Entendo que, trabalhar uma cultura organizacional onde todas as pessoas enxerguem a necessidade de suas rotinas serem independentes de si mesmas, e que percebam isso como algo positivo nos seu desenvolvimento profissional, e não ao contrário, como uma ameaça ao seu posto, facilmente essa mesmas pessoas assumirão o seus papéis na construção desse cenário.
Gestão é gestão, não importa se a sua empresa ou projeto tem apenas você como colaborador. Otimizar as ferramentas e recursos é fundamental para proporcionar um ambiente de operações independentes e assim mais produtivas. A capacidade de mudar e adaptar-se mais rápido é um grande diferencial competitivo das pequenas e médias empresas em relação as grandes. Por isso, nos próximos artigos vou trazer assuntos relacionados a ferramentas de gestão e suas nuances.
Thamires Freitas de Almeida é Bacharel em Ciências Contábeis, ex-auditora contábil de uma multinacional, proprietária e administradora da empresa STOT do Brasil, da agência de viagens Euro Star Lufthansa City Center, e da Conciérge Décor. Conselheira do Conselho da Mulher Executiva – CME e do Conselho de Jovens Empresários – CJE da Associação Comercial do Paraná – ACP. Sócia fundadora do Interact Clube Cachoeirinha – RS, grupo de jovens ligado ao Rotary Clube, atuou por 3 anos sendo presidente na gestão 2008/2009.