No dia 8 de março aconteceu o Encontro do Dia da Mulher na cidade de Augsburg- Alemanha. O Centro Annahof foi palco de um evento coordenado pela escritora Infantil brasileira, Alexandra Magalhães Zeiner, que contou com a presença do Senhor Cônsul Geral de Munique, Antônio Carlos Coelho da Rocha, o Prefeito da cidade de Augsburg, Dr. Kurt Gribl, e um número mágico de mulheres brasileiras de vários cantos da Alemanha.
A abertura foi feita pela escritora Infantil que convidou a todos, através de suas palavras, a emergirem em um mundo transformador onde a experiência de alegria e dores de cada uma destas mulheres se transformasse em criatividade, atitude e bons propósitos. Alexandra lembrou o aniversário triste, mas histórico, dos 50 anos do golpe militar no Brasil que gerou os Anos de Ditadura e homenageou a poeta e aquarelista mineira, Neuza Ladeira, sobrevivente da tortura, citando seu exemplo transformador pela dor. Anunciou o lançamento de um e-book, feito no Japão pelo escritor e editor Evandro Raiz Ribeiro, em homenagem às mulheres: Mulheres Entrelaҫadas. O projeto envolve artistas, autores de prosa e poesia, coordenado por Dimythryus Padilha, poeta paulista e divulgador cultural. Muito feliz e emocionada desejou que este Encontro se repita no próximo ano. Foi nesta constelação feminina que o Sr. Antônio Carlos, Cônsul de Munique, recebeu a palavra dizendo que o Brasil não é só um país de carnaval e futebol, mas também, de muita Cultura. Acrescentou em seu discurso a admiração pelas mulheres que vivem no exterior. Aquelas que estão sozinhas, com filhos, algumas vítimas de violência e discriminação, mas que apesar disto, encontram forças para enfrentar os desafios buscando desenvolver trabalhos artísticos, utilizando o dom da criatividade para superar as dificuldades.
O leque de transformações continuou crescendo com as palavras de Mara de Freitas Herrmann, psicóloga e psicoterapeuta, que através de sua experiência como profissional e estrangeira motivou o grupo a acreditar que “igualdade não significa se tornar masculina para ser respeitada, devemos driblar o conceito e preconceito que existe com a nossa cultura, e não nos envergonhar“, objetivando estar em paz com a mulher que se leva dentro de si, valorizando-a.
O apogeu do Evento do Dia Internacional da Mulher culminou com o discurso do Prefeito Dr.Kurt Gribl de Augsburg que salientou a importância da Cultura da América Latina e informou que devido as 140 nacionalidades inscritas na Prefeitura está sendo criado um Projeto Literário que viabiliza e disponibiliza acesso aos livros estrangeiros. As mulheres se sentiam entrelaçadas, o mundo imaginário tomou forma e se transformou em uma realidade mais palpável. Com este inconsciente coletivo em harmonia chega a vez da Entidade de Mulheres Brasileiras contra a discriminação e violência falar, a Imbradiva. O foco da Imbradiva são os projetos de auxílio à mulher brasileira no exterior que se encontra em presídios, que necessita de aconselhamento em situações de conflitos familiares, matrimoniais, maus tratos físicos e emocionais, introduzindo a mulher brasileira na cultura alemã buscando manter sua autoestima em equilíbrio. Um trabalho de iniciativa voluntária apresentado por três colaboradoras da entidade _ Alcilene Silva Alves Willeke, Maria Angélica Dias Müller e Sara Freitas Simões de Andrade _que brilhavam ao relatar depoimentos ao público presente.
Também foi fundamental a presença do Conselho de Cidadãos Brasileiros da Baviera e Baden – Württemberg. Um órgão que tem como objetivo canalizar o diálogo entre os residentes e o Consulado Brasileiro, institucionalizado em 25 de marco de 2010 em Munique .Mais um trabalho voluntário, visando o bem comum, composto por no máximo 16 pessoas e presidido pelo Cônsul Geral de Munique. Deste conselho estiveram em Augsburg Camila Lira, Elisabete Carvalho Loichinger, Theodoro Rombauer e Denise de Luca Rösler. O momento mais esperado chegou ao final da tarde, momentos de muita alegria para as mulheres brasileiras que vivem na Alemanha. Cada uma teve a oportunidade de contar um pouco de sua história e de como chegou até ali. Histórias singulares com riqueza de detalhes, que geravam identificação coletiva. Pura emoção, agradecimento e confraternização. Mães, esposas, filhas, profissionais, estudantes, seres humanos comuns do sexo feminino deixam registrado que em cada passo dado confiam estarem iluminando sua caminhada. Afinal cada história de vida e experiência compartilhada, no final de tudo, contribue como uma gota a mais no Oceano da Vida.
Participantes: Andréa Frommelt, Ana Berlin, Cleide Ferreira GEEAK, Elizabeth Petz, Irmã Edna Maria da Silva, Irmã Seráfica Braumüller, Fátima Nascimento, Lucila Barbosa Gröb, Maria Angélica Petrone, Maria de Lourdes Kestel, Marianne Zeiner, Marion Hemmers, Marlice Boese, Nina Rosa Ramiro Pires Manns, Polliana Labory Sattler, Raquel Königsbauer, Sandra Santos, Sandra Schütz, Thais Cristina Ribeiro Schmid.
Rosani Erhart Schlabitz
Jornalista de Munique
10 pensamentos em “Uma gota no Oceano”
Rosani,
Parabens, foi muito bom ter conhecido vc. E realmente foi um encontro cheio de alegrias.
Obrigada, Fatima Nascimento
Fatima obrigada a voce por participar e contamos com tua presenca e do teu trabalho empreendedor no proximo encontro.
Obrigada Alexandra. Para mim é um presente falar da mulher brasileira no estrangeiro. Com certeza juntas somos mais fortes e vamos mais longe!
Que trabalho interessante! Acabam sendo formas de se enfrentar as dificuldades impostas pela vida, porém transformando-as em algo bom. Parabéns!
Muito obrigada Andrea.Na verdade morar no exterior é como iniciar uma nova construcao de vida. È um desafio cultural constante e a capacidade de transformacao é fundamental para a adaptacao.
A mulher por muitos e muitos séculos ficou como expectadora, salvo raras exceções que a história nos aponta. No entanto sabemos que foi o movimento caseiro, individual que encontrava apoio em pequenos movimentos similares da imensa vontade de ter os direitos e desejos respeitados fazendo que com que chegássemos hoje com a liberdade que nos cabe. A luta não cegou ao seu fim, basta ver o atual assunto no Brasil, sobre os * estupradores *… A mulher não participa da violência por estar com roupas justas ou decotadas… Não!
Esta matéria, este movimento na Alemanha só acresce , ainda mais nas palavras da sensível jornalista . Excelente movimento e excelente matéiria. Mãos à obra , há muito por fazermos ainda nessa luta… Rosa!
Esta matéria me despertou o desejo de participar deste movimento na Alemanha…
Obrigada Janice. Tua reflexao é muito positiva.Valorizar a caminhada tambem é muito importante para desenvolver o respeito por si mesmo e para com os demais.Comentando voce ja esta paricipando deste movimento!!!
Achei genial essa iniciativa! Gostaria de ter estado presente para ouvir a história de cada uma dessas mulheres, pois acredito que todas sejam envolvidas de muitos desafios, experiências e ensinamentos, mesmo para quem não está vivenciando esta realidade no exterior. Parabéns! Espero que aconteçam mais edições do encontro.
Realmente foi lindo e enriquecedor Gabriela!
O próximo evento será repleto de novas histórias, aguarde!!!