Por Amanda Soldani
Você sabia que até 1962, no Brasil, a mulher casada foi considerada relativamente incapaz, não podia abrir conta, ter acesso a crediário ou até viajar para o exterior sem a permissão do marido? Felizmente isso mudou. E nossas conquistas até agora foram por causa de mulheres empreendedoras que conseguiram mobilizar a sociedade e lutar por nossos direitos.
Atualmente, uma questão central tem sido o direito dos nossos corpos. A pesquisa do IPEA surpreendeu demonstrando que 65,1% (depois corrigido para 26%) concordam inteiramente ou parcialmente com a frase “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”. Foram 3.810 pessoas entrevistadas, das quais 66,5% são do sexo feminino.
Diante dessa situação, as mulheres começaram a se expressar e se abrir. Inúmeras histórias mostram quantas vezes somos – e nos sentimos – violentadas, intimidadas e com medo. Quantas vezes achamos que poderíamos ter evitado, pensando no eu, e não pensando na sociedade em que vivemos. Mas a parte que acredita que estupro é culpa do estuprador, já começou a se mobilizar e que seja apenas o começo.
Mulheres empreendedoras, esse é mais um chamado para lutarmos por nossos direitos. Mostrarmos que as conquistas que tivemos até agora não são suficientes para uma sociedade igualitária – queremos mais e vamos lutar por mais. Este é meu convite para sermos referência não apenas no empreendedorismo, mas na história. Pela liberdade, pela igualdade de direitos, por voz política, pelo fim da violência, pela autonomia sobre nossos corpos e pelo fim do machismo (1): uni-vos!
“A questão não é quem vai me deixar, é quem vai me impedir” (Ayn Rand)
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(1) Autor desconhecido.