Por Bárbara Stock
Permutar ou não permutar? Eis a questão! Quando se tem uma empresa de serviços, aparecem muitas pessoas propondo permutas, mas se o pensamento de ambas as partes não estiver alinhado, podemos entrar em um grande e desnecessário conflito.
Entendo por permuta pelo menos duas trocas simultâneas. Uma é a troca intangível, aquela que não podemos mensurar, mas que talvez seja a mais importante. É a troca que agrega valor para as duas partes. Por exemplo: sou sócia de um Buffet que oferece banquetes, quando alguém me propõe uma permuta, a primeira coisa que a pessoa está levando, da minha empresa para a dela, é o fato de que, através do banquete que eu vou proporcionar, ela estará agregando valor ao negócio dela e eu, consequentemente, também precisarei ter algum valor agregado por ela (por exemplo, com a presença de futuros clientes potenciais ou com retorno “espontâneo” de mídia).
O segundo lado da permuta é a troca tangível, mensurável (no meu caso, por exemplo: estou oferecendo um banquete para x convidados, com x horas de duração, com x opções de comidas e bebidas e x quantidade de funcionários que disponibilizarei, e o que a pessoa me oferece de volta?).
Temos que deixar bem claro que uma permuta deve ser algo do interesse de ambas as partes, uma via de mão dupla, em que as trocas devem estar no mesmo nível, a não ser, é claro, que a empresa tenha outras intenções (mesmo que receba menos em troca, o foco não é esse e, sim, por exemplo, na visão futura). De todo modo, se não forem bem equilibrados todos os pontos, uma hora alguma das partes sentirá o reflexo, afinal, hoje, tempo literalmente vale dinheiro, não podemos despender o nosso por algo cujo retorno não está em alinhamento com o que estamos oferecendo.
Meu primeiro conselho parece primário, mas pasme, eu já caí nesse erro e já vi muitos amigos empresários de longa data caírem. Nunca feche uma permuta de boca e, mesmo que você conheça a pessoa que está do outro lado, sempre negocie o que será permutado, deixando tudo bem “amarradinho” antes da permuta em si. Sempre troque todas as informações por e-mail, até sobre os detalhes que parecem bobos. Meu segundo conselho é: Saiba bem o valor da sua moeda de troca, nunca supervalorize seus serviços nem tampouco desvalorize. Sua marca é seu nome e vice-versa e deve ser muito bem medida, de acordo com o que estão lhe oferecendo em contrapartida, por exemplo, mesmo que seus serviços valham rios de dinheiro, a empresa com quem está negociando pode não necessariamente entender sua logística e realmente não saber o quanto valem seus serviços e produtos, portanto, seja muito claro e transparente, para não passar arrogância.
Meu terceiro conselho é: permuta pode ser algo muito vantajoso em alguns casos, mas sempre tenha em mente que você deve agregar valor ao seu negócio e ao negócio de quem está do outro lado e precisa ter um retorno tangível (por exemplo, tratamentos, ganho de mercadorias, produtos ou serviços e afins). Meu quarto e último conselho, mas não menos importante é: chegará um momento em que muitas empresas e pessoas lhe procurarão oferecendo todo tipo de troca, então, saiba filtrar muito bem o que é vantagem e o que é apenas um elefante branco, e não tenha medo de dizer não. Às vezes precisamos declinar de certas propostas em prol de nossa saúde orçamentária, física e mental.
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Perfeito esse texto, muito obrigada!