Por Deborah Munhoz
Há pouco tempo aprendi que era uma idiota assistindo a um episódio da série do Jovem Indiana Jones – The Adventures of Young Indiana Jones – que se passa no início do século XX. Em certo episódio, o pai do Indiana Jones, após visitar as ruínas de Atenas pegou uma carroça para voltar ao hotel guiada por um homem curiosamente chamado Sócrates.
O passeio ia bem quando, de repente, o carroceiro perguntou ao pai de Indy o que ele fazia. “Sou um arqueólogo” respondeu. O carroceiro perguntou novamente: “E qual a sua posição política?” A resposta foi: “Sou um pesquisador. Eu não me interesso por política.” O carroceiro sorriu ironicamente e comentou: “Ah, entendi! Você é um idiota!” O jovem Indiana Jones olhou surpreso para o pai e esperou uma briga começar. Para surpresa nossa, o pai respondeu: – “Sim você está certo. Sou um idiota! Sócrates tem razão, Indy! Idiota, no sentido filosófico, quer dizer: “aquele que não se interessa por política”.
A palavra “idiota” vem do grego “idio” que significa “próprio”. Uma pessoa idiota, portanto no sentido originário do grego significa “aquele que não se interessava pelos assuntos da polis/cidade, preferindo-se ocupar com suas causas particulares na maior parte do tempo do que ocupar com questões comuns ao todo.” Com esta reflexão, dei conta que também era uma idiota. Não só eu, mas a grande maioria dos empreendedores brasileiros que não se comportam como os cidadãos atenienses. A maioria pensa no próprio umbigo ou bolso. Atenas, berço da democracia, foi de fundamental importância para o desenvolvimento da cultura ocidental. Tornou – se forte e próspera devido a participação dos atenienses em debates livres para buscar soluções para o que era de interesse da comunidade. Com os atenienses aprendemos que democracia pressupõe abertura, diálogo, análise de pontos de vista diferentes e não calar ou neutralizar quem tem ideias contrárias.
O Brasil passa por tantas dificuldades porque ainda é constituído basicamente por uma população de idiotas, que confundem Política que por definição é a “Arte do Bem Comum”, com política partidária. E entre os idiotas brasileiros, estão muitos de nós, empreendedores. Não nos ocupamos em participar efetivamente para buscar construir soluções para nossos problemas comuns em um país diverso e complexo como o Brasil. Os mais abastados financiam seus candidatos para achar soluções para seus guetos. O especialista em redes sociais, Augusto de Franco, afirma que “os partidos políticos são grupos autoritários, com objetivos privados, que impedem a experiência política dos cidadãos”. “Enquanto não houver um interesse deliberado dos cidadãos em interagir para alterar a realidade política, o Brasil continuará com suas imperfeições e deformações institucionais.” Política é a Arte do Bem Comum. Sendo assim, te desafio a vencer o Mito da Caverna, que Platão nos alertou, e como eu buscar deixar de ser um(a) idiota.
Um pensamento em “O que aprendi sobre o Brasil com Indiana Jones”
Amei Deborah seu texto, pois sociedade inclui o sertor privado, o governo e o cidadao! Quando existe um dialogo, entre as partes, a alienaçao dos diversos setores, vira a baderna que esta o Brasil, os politicos esquecem que sao eleitos e pagos, para servir ao povo, o setor privado esta la pra servir também ao povo e ao desenvolvimento da comunidade como tal atraves de produtos e serviços que aumentam a qualidade de vida e facilitam a vida do cidadao! Revejamos os conceitos e as funçoes de cada um dentro de uma socidade e é nosso dever, se ocupar dos nossos interesses como cidadoes, como empresarios e os politicos se ocuparem de fazer seu papel na politica (bem estar) desta sociedade como um todo! Até quando vamos viver nesta mentalidade de Jerson “gosto de levar vantagem em tudo”, se esquecendo que nao tem como eu ir bem,se todos ao meu redor vao mal! 🙂 Namasté