Por Eduardo Duarte
Primeiro filho de uma típica tradicional família mineira, esperava-se que eu seguisse o paradigma de ter um “trabalho respeitável” – leia-se, engenheiro, médico ou advogado. Pra não contrariar, me formei advogado e administrador.
Durante um ano e meio, trabalhei em um grande escritório de advocacia, com sedes em praticamente todos os Estados do Sudeste, atendendo várias das grandes empresas do Brasil. Até que, em uma viagem de negócios, escutei a seguinte frase de um xará meu: “é preciso quebrar os paradigmas sociais”. Desde então, o meu paradigma sobre o que é “trabalho respeitável” mudou.
Em um dos vários papos que tive em busca de padrões a serem quebrados, dessa vez com o colega Álvaro Justen, identificamos um forte paradigma, muito mais incipiente no âmbito social: o paradoxo da igualdade. Estávamos discutindo sobre o lançamento do Curso de Arduino, em Belo Horizonte, e nos deparamos com o seguinte episódio:
Trata-se do primeiro episódio de um documentário produzido na Noruega após alcançar o posto de país com maior igualdade de gênero no ano de 2008. Por ser o país com maior igualdade de gênero, pensava-se que deveria haver homens e mulheres em todas as profissões. Mas até em um dos países mais igualitários do mundo, homens e mulheres não partilhavam interesse pelos mesmos trabalhos.
Para além das teorias biológicas e sociológicas exploradas no documentário nórdico, percebemos que, bem aqui, no Brasil, vivemos um paradigma muito semelhante. Segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), as mulheres representam apenas 16,14% entre os profissionais de TI – percentagem semelhante à de engenheiras na Noruega.
Conversamos muito sobre o tema e não conseguimos identificar muito bem como esse paradoxo opera na sociedade brasileira a ponto de afastar o interesse ou a oportunidade das mulheres no setor de TI. Foi quando convidamos a Lênia Luz para um bate papo e vimos que podemos aprender muitas coisas mais com o público leitor do Empreendedorismo Rosa.
Sendo assim, deixo para no ar as seguintes dúvidas: como quebrar o “paradoxo da igualdade” na tecnologia? Como contribuir para despertar o interesse e ofertar oportunidades às mulheres no setor de TI?
Conte-nos sobre as suas experiências!