A Baia do Sol é uma pequena comunidade de pescadores com 7.000 habitantes, localizada na Ilha do Mosqueiro que pertencente a cidade de Belém-Pará, região amazônica do Brasil. A comunidade da Baia do Sol enfrenta um grave problema de desenvolvimento econômico devido o comércio local ser pequeno e pouco desenvolvido em virtude dos moradores se deslocarem para fazer suas compras e realizar serviços em geral (consulta médica, atendimento jurídico, serviços de cartório e outros). Do mesmo modo, os jovens da Baia do Sol (e da própria Ilha do Mosqueiro) sonham estudar em Belém e constituírem família na capital, fragilizando os laços comunitários, as tradições e os costumes locais e enfraquecendo a economia da Ilha.
Criado em 2009, o Banco Comunitário Tupinambá tem como objetivo promover o desenvolvimento econômico e social da comunidade da Baia do Sol. Tendo como base os princípios da economia solidária, o Banco Tupinambá tem vários ramos de atuação para reduzir a exclusão socio-economica da comunidade. Primeiro, ele oferece serviços financeiros, tais como microcrédito produtivo acompanhado, crédito ao consumo, correspondente bancário, e uma moeda social. Sabendo que a agência bancária mais próxima fica a mais de 23 kilômetros da comunidade, essa oferta de serviços participa da inclusão financeira da comunidade. Segundo, ele estimula e fomenta a estruturação dos comércios e da capicidade produtivas locais. Por exemplo, o banco organizou conjunto com a SEBRAE uma capacitação levando a formalização de vários empreendimentos da comunidade. Além disso, o banco implementou o projeto CECI visando o acompanhamento de 10 mulheres do programa Bolsa família, a través de formação, orientação, incentivo produtivo e educação financeira. Terceiro, o Banco organiza várias manifestações culturais na comunidade (Reveillon Tupi, Verão Tupi…) como evento de comercialização dos produtos das mulheres do CECI a través de feiras, e para a divulgação das atividades do banco.
O Banco Tupinambá adaptou a metodologia de banco comunitário de desenvolvimento criada pelo Banco Palmas em 1998. A metodologia do Banco Palmas (Fortaleza-CE) inclue um acesso facilitado aos serviços financeiros para as populações com baixo indice de desenvolvimento humano. A comunidade é fortemente implicada no processo de criação, gestão e governança do banco comunitário, principalmente a través de um fórum comunitário. Em agosto de 2008, algumas lideranças comunitárias da Baia do Sol foram até Fortaleza para conhecer essa experiência e decidiram fazer uma parceria com o Banco Palmas para a criação do Banco Tupinambá, primeiro banco comunitário na região amazônica.
De 2009 a 2010, ele fez um parceria com o Banco do Brasil para beneficiar diretamente 200 famílias com credito e serviços bancários. Nonobstante, não tendo um CNPJ adequado, ele precisava da ajuda do Banco Palmas para conveniar com outras entidades. Assim, para poder se institucionalizar e assinar convênios com instituições financeiras e o poder publico, o Banco Tupinambá criou em 2011 a ONG Instituto Tupinambá. Graças a essa estrutura jurídica, o Banco é hoje em dia correspondente bancário da Caixa Econômica Federal, o que permite a comunidade de receber diretamente os benefícios sociais. A ação de inclusão financeira do Banco Tupinambá é fortalecida pelo fato de ele participar no projeto Educação Financeira Cidadã do Banco Central. Esse projeto visa a criação de uma nova ferramenta de educação financeira a través de tabletes. Assim, nos anos 2015-16, o Banco Tupinambá acompanhará 240 familias da comunidade para avaliar essa ferramenta desenvolvida pelo Banco Central.
Hoje em dia, o Instituto Tupinambá tem como objetivo ser a referência regional em bancos comunitários, garantindo serviços financeiros de qualidade e proporcionando o desenvolvimento econômico, social e cultural de comunidades tradicionalmente excluidas. Assim, ele pretende difundir e multiplicar as práticas do Banco Tupinambá, desenvolvida na Baia do Sol, em outras comunidades amazônicas. Nessa dinâmica, o Instituto Tupinambá implantará dois bancos comunitários na Ilha de Marajó (Parà) em 2015. Esse projeto será feito com o fundo social da Caixa Econômica Federal e permitirá ao Instituto Tupinambá de afinar sua estratégia de desenvolvimento institucional.
Uma mulher está a frente deste projeto, a podeROSA Maria Ivoneide do Vale , e no próximo dia 11 de fevereiro a fundadora do Empreendedorismo Rosa, Lênia Luz, a representará no 8º Prêmio Ozires Silva de Empreendedorismo Sustentável onde o Instituto Tupinambá está entre os finalistas.
A torcida ROSA é grande para que Instituto seja um dos ganhadores. Bora ROSEAR o mundo!