Por Vitor Torres
Disrupção: interrupção do curso normal de um processo. E não basta apenas de romper, mas romper forçosamente, dando noção de colapso e descontinuidade. Quem inventou o termo foi o professor de Harvard, Cleyton Christensen, que se baseou num outro conceito, o de destruição criativa, que já em 1939 revolucionava o mercado capitalista.
O telefone celular e o email foram tão disruptivos quanto um Uber, Airbnb e Contabilizei. A diferença é que já estamos tão acostumados a eles, que não nos damos conta do simbolismo que esses elementos representam. Além disso, a velocidade com que as inovações surgem determinam como nos acostumamos a elas, tomemos o caso do e-mail. Ele foi inventado em 1971, começou a se popularizar em 1990, mas só em 97 começou a se tornar onipresente na vida das pessoas. Agora veja a diferença: o Uber foi fundado em 2009, recebeu um investimento milionário no ano seguinte, expandiu para a Europa em 2012 e hoje é avaliada em cerca de U$40 bilhões de dólares. E como não poderia deixar de ser, falo em causa própria: a Contabilizei foi criada em 2012, recebeu dois investimentos em menos de 01 ano, atende mais de 30 cidades no Brasil e a estimativa de crescimento este ano, mesmo em ano de retração, é superior a 2014.
Tudo isso é empolgante e transforma rapidamente os cenários, gerando resistência do mercado tradicional, adaptado à sua rotina e maneira de ver o mundo. É claro que a consequência de tudo isso para o mercado é inevitável, já que boa parte das empresas não conseguirá competir com a tecnologia proposta pelas startups. E falando nisso, o termo disruption já é tema de cursos em universidades americanas e mantra no Vale do Silício. Livros e estudos são lançados a cada dia e são muito questionados. A principal figura de oposição é a professora Jill Lepore, de Harvard – note, da mesma instituição do criador do termo. Lepore questiona o uso exagerado do conceito, defendendo que ele serve para estudar o passado, mas não para prever o futuro. Segundo ela, só conseguiremos saber se uma inovação é disruptiva depois que ela aplicar suas benfeitorias no mercado. Faz sentido, mas também é verdadeiro que qualquer onda de inovação cunhada hoje, mesmo que não traga benefícios visíveis à sociedade, são grandes passos para o futuro.
Retorno ao caso do Uber, numa matéria que saiu este mês na revista TPM, Ronaldo Lemos, advogado e um dos criadores do texto do Marco Civil da Internet, diz que as tratativas da regularização do Uber no Brasil serão importantes porque dirão muito sobre o ambiente de negócios no país, e sua abertura a modelos disruptivos. Ele também prevê que haja regulamentação sobre a inovação, o que não é de todo ruim porque é melhor viver com a previsibilidade da regulação do que com a incerteza.
Do ponto de vista do usuário, a inovação de ruptura é sempre benéfica porque torna prático o que era complicado e entrega produtos e serviços carregados de “por que não inventaram isso antes?”, nos deixando sempre reféns do invento. Eles também estimulam a economia compartilhada e o empoderamento da sociedade.
Acredito que, com o passar dos anos, estejamos mais adaptados à disrupção e esse termo caia em desuso pois, afinal, romper padrões será natural. Basta olharmos as crianças e adolescentes, todos já nascem com a tecnologia na veia, sabem lidar iPhones e telas touch screen com naturalidade assustadora.
Por fim, a Contabilizei está fazendo parte da disrupção da contabilidade no Brasil, fomentando o empreendedorismo, oferecendo um serviço econômico e fácil, ajudando as empresas a se manterem em dia com suas obrigações e ainda economizando. Vamos devolver à sociedade, em 5 anos, 1 bilhão de reais em economia. Isso é disrupção, venha com a gente.