Por Joyce Moysés
Saber quanto cobrar é uma dúvida comum de quem empreende, principalmente depois de ser funcionário por muitos anos. Trabalhei por 25 anos na Editora Abril até sentir que a vida do lado de fora estava mais dinâmica e estimulante. Junto comigo, saíram dessa empresa jornalística pelo menos 500 colegas nos últimos anos. E a maioria está empreendendo, com base no seu sólido conhecimento em mídia acumulado durante longos anos como assalariado.
Dia sim, dia também recebo mensagens desses colegas admitindo que não sabem quanto cobrar por seu trabalho (uma matéria, uma palestra, um roteiro para evento, conteúdo em redes sociais, montar um site, fazer um folder ou um livro como ghost writer de artistas e executivos…). No nosso ramo, que é de conteúdo, algo intangível, realmente fica mais difícil precificar.
Eu dou a eles uma dica que pode servir a você também. Aprendi com um consultor maravilhoso da Lee Hecht Harrison usar de parâmetro o preço da consulta de um médico de qualificação, experiência e status profissional semelhantes. Como geralmente consulta particular decente dura cerca de uma hora… Bingo! Já saberá mais ou menos quanto cobrar pela sua hora de trabalho.
É bacana usar esse parâmetro para dar orçamento a contratantes de outras cidades e estados, pois você pode se basear pelo preço da consulta com bons médicos locais. Afinal, você talvez não possa cobrar para um trabalho em São Paulo o mesmo valor que cobraria em uma cidade do interior da Bahia. A ideia é se basear pelo honorário de um bom médico de lá.
Eu também oriento os colegas sobre não definir preço por telefone, dizer que mandará um orçamento por e-mail – dá tempo de pensar melhor. E é importante considerar no preço também prazos e seus custos (com transporte, telefone, energia). Além de acordar um limite daquilo que os jornalistas chamam de “refação”. Se o briefing muda, o valor deve ser renegociado. Afinal, não é por culpa sua que vai precisar refazer o trabalho.