Este mês foi divulgado o resultado da Global Entrepreneurship Monitor, Pesquisa GEM 2012. O estudo, que envolve 69 países, analisa a atividade empreendedora no âmbito mundial. No Brasil, foram entrevistadas dez mil pessoas, entre 18 e 64 anos, sendo duas mil em cada região do território nacional.
Uma das novidades da pesquisa em 2012 foi a estratificação dos dados por região, o que permite compreender melhor a dinâmica da atividade empreendedora, que vem crescendo ano a ano, de norte a sul do país. A taxa de empreendedorismo no Brasil passou de 20,9% em 2002 para 30,2% em 2012, o que significa que atualmente cerca de 36 milhões de brasileiros são empreendedores iniciais ou já estabelecidos no mercado.
Segundo os pesquisadores, a evolução da taxa de empreendedorismo é compatível com o desenvolvimento da economia, cujo Produto Interno Bruto, PIB, cresceu em média 4% no período. Existe ainda uma tendência de expansão dessa taxa devido ao ambiente de negócios (Lei Geral, Super Simples e Empreendedor Individual); ao aumento da escolaridade e da renda da população.
Outro dado revelado no estudo é que 43,5% dos brasileiros sonham com o próprio negócio, enquanto 24,7% pensam em fazer carreira em uma empresa. A média de nordestinos que sonham em iniciar um empreendimento foi de 51,1%, bem acima da média nacional.
O empreendedorismo por necessidade vem perdendo cada vez mais espaço para o empreendedorismo por oportunidade. De cada dez empresas que abrem as portas no país, sete são por oportunidade e apenas três por necessidade. Esse panorama se mantém no Nordeste, onde são abertas 1,6 empresas por oportunidade para cada uma por necessidade.
“A proporção de empreendedores que iniciam um negócio por não possuírem melhor opção de gerar renda para si e para suas famílias tem diminuído ano a ano no Brasil. A taxa de empreendedores por necessidade caiu de 7,5% em 2002 para 4,7% em 2012. Já os empreendedores que abriram um negócio por enxergarem oportunidades no mercado cresceu de 5,8% para 10,7% no mesmo período”, destaca o diretor superintendente do Sebrae no Piauí, Mário Lacerda.
Lacerda comenta ainda que essa mudança no perfil empreendedor se deve ao avanço da economia e às políticas públicas que estão sendo desenvolvidas no país. “A Lei Geral e o Empreendedor Individual são algumas das políticas que têm beneficiado os empreendedores e incentivado a abertura e formalização de empresas no país”, acrescenta.
O estudo revela também que 50,2% dos brasileiros percebem as boas oportunidades de negócios para os próximos seis meses. Esse percentual no Nordeste foi de 52,8%, acima da média nacional. Os nordestinos são também um dos mais otimistas do país. Na região apenas 33% dos entrevistados afirma que o medo do fracasso é um impeditivo para a abertura de um negócio, índice que se mantém abaixo da média nacional, que é de 35,5%.
O crescimento do empreendedorismo feminino é outro destaque da pesquisa. A porcentagem de mulheres no comando das empresas está praticamente igualada a de homens. Em 2002, 58% das empresas tinham a frente pessoas do sexo masculino. Em 2012, esse índice se aproxima dos 50%, o que significa que as mulheres estão conquistando cada vez mais espaço no mundo empresarial. O nível de escolaridade dos empreendedores também está em alta, 61% dos pesquisados têm 2º grau ou nível superior completo.
Por fim, o estudo procurou saber o percentual dos empreendedores que buscaram ou buscam algum auxílio nos órgãos de apoio – Senac, Sebrae, Senai, Senar, Senat, Associação Comercial, Sindicato, entre outros. No Brasil, 82% dos negócios são tocados sem auxílio de nenhuma instituição. No Nordeste esse índice é maior, chegando a 83,6%.
“Apenas 18% dos empreendedores brasileiros procuram algum órgão de apoio, o que mostra que ainda temos muito trabalho pela frente. No Nordeste, esse índice é de apenas 11,8%. Nesse cenário, um dado é animador. Das instituições citadas o Sebrae é a mais requisitada. 13% dos empreendedores buscam o apoio do Sebrae. No Nordeste esse percentual é de 11,8%”, conclui Mário Lacerda.
A pesquisa completa está disponível no site www.sebrae.com.br
Fonte: http: www.pi.agenciasebrae.com.br