Vontade não falta, pois todas nós achamos gostoso dar e receber beijo na boca e ter companhia para dividir a pizza, a pipoca no cinema, a cama. Mas o desafio de equilibrar a balança entre cabeça e coração, razão e emoção, salário e entrega, parece gigante atualmente. No início deste mês, a jornalista Ana Paula Padrão reassumiu, numa entrevista de página inteira ao jornal Folha de S.Paulo, que quis privilegiar o amor quando resolveu deixar um dos principais jornais da Rede Globo. Ela queria conciliar seu casamento com a vida profissional, por isso tomou essa decisão corajosa. Mas por que é tão difícil ter os dois?
Posso listar uma série de fatores, mas chamo atenção para este: nós gostamos de trabalhar, de produzir, de exercitar nossos talentos, de realizar façanhas, de deixar nossa assinatura em algo de valor. Não queremos abrir mão das conquistas profissionais por nada nesse mundo. Então, a carreira nos seduz de tal forma que acaba sugando nossa energia, nosso tempo, nossos sonhos, nosso coração. Mas eu questiono: se a gente focar só na carreira, não estará limitando a vida, a felicidade, as experiências?
Outro ponto a considerar: nossa tolerância à dor parece estar menor atualmente. O brilhante sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que eu adoro, confirma que tendemos a evitar nos machucarmos. Mas vale o lembrete: investir no amor sem correr riscos de se machucar é como querer aprender a andar de bicicleta sem ralar o joelho. Não dá… O amor envolve riscos, porque não depende só da sua vontade e dedicação (como acontece com a carreira). Se os dois não se moverem, um na direção do outro, não há beijo, nem dança, muito menos alegrias na vertical e horizontal… Mas a vida tem a mesma graça sem um amorzinho para chamar de seu?
No meu livro Mulheres de Sucesso Querem Poder… Amar, entrevistei a genial atriz Clarice Niskier, da peça A Alma Imoral, que lembrou: “As empresas podem até colocar telão para exibir jogos da Copa do Mundo, mas não podem pôr um namoródromo”. Alguma hora você precisa parar de trabalhar e sair, recarregar as baterias, trocar afeto, respirar outros ares (e bem acompanhada fica ainda melhor!). Eu, por exemplo, procuro passar o fim de semana na praia quando estou exausta, pois o barulho do mar me relaxa e consigo namorar meu marido com mais paixão. Também faço acupuntura e, às vezes, assisto a várias comédias românticas de uma vez. E você, já achou seu jeito de recarregar sua energia para o amor?
Joyce Moysés é consultora e jornalista especializada em comportamento feminino, escritora e palestrante de liderança feminina. Fez vários cursos nas áreas de gestão e liderança, como o de Gestão de Negócios no Insper. Nos últimos 25 anos trabalhou nas revistas Nova e Claudia, e já escreveu artigos para Alfa, Máxima e Você S/A. Em 2010, participou do lançamento do Movimento Habla, para mapear tendências de comportamento das mulheres. Em 2012, coordenou o Prêmio Claudia e editou Claudia Noivas e Claudia Bebê. MULHERES DE SUCESSO QUEREM PODER… AMAR é seu primeiro livro. Atualmente faz palestras, produz conteúdo para publicações impressas, multimídia e eventos, escreve seu segundo livro, participa de programas de tevê e é parceira do projeto De Peito Aberto.