Por Tatiana Girardi
Desde que nos conhecemos por gente aprendemos regras e condutas as quais, obviamente, são importantes para um convívio social saudável. Não é esse o ponto que vou explorar hoje.
O que sempre me inquietou e ainda me faz pensar é a questão da tal “moldura social” a que somos submetidos, ou, a qual nos permitimos ser submetidos.
Como se, no caso de um não enquadramento, tivéssemos algum problema ou seremos taxados de ET’S , rebeldes ou sem alguns “parafusos na caixola”. Ou ainda fôssemos todos iguais, com um mesmo perfil, entrando e saindo de uma linha de montagem.
O fato é que a a moldura social é a mãe da ditadura do “eu tenho que”:
– “Eu tenho que escolher a profissão perfeita e tenho que ter sucesso.”, ainda que eu tenha apenas 17 anos, pouco me conheça e muito menos conheça a vida.
– “Eu tenho que namorar noivar e casar com um bom partido.”.
– “Eu tenho que, um ano depois de casada, ter um filho.”.
– “Eu tenho que ser magra.”.
– “Eu tenho que ser feliz.”.
– “Eu tenho que ser bem sucedida.”.
– “Eu tenho que produzir 100% do tempo.” E por aí vai…
Muitas pessoas se enquadram na moldura e vivem muito bem obrigada. Mas muitas outras pessoas não se enquadram, não vivem bem ou vivem eternamente buscando o “enquadramento” e não o alcançam, se frustram e sofrem.
Os meus questionamentos são: EU QUERO “ter que”? , EU PRECISO “ter que”? E o principal deles: ME FAZ SENTIDO “ter que”?. Acredito que a linha “isso me faz sentido ou não me faz sentido” além de mais real, é libertadora.
Por isso eu grito: abaixo a ditadura do “EU TENHO QUE”. Não “temos que nada”, além do que nos faz ou não nos faz sentido. Simples assim! Permita-se. Questione-se. E como bem diz nosso poeta Raul Seixas: “Ninguém tem o direito de me julgar a não ser eu mesmo. Eu me pertenço e de mim faço o que bem entender”