Por Bárbara Stock
Escrevo esse artigo para levantar alguns fatores que muitas vezes levam (principalmente) micro e pequenas empresas de ótima qualidade a encerrarem suas atividades. Vale lembrar que essas mesmas empresas hoje geram 27% do PIB do Brasil e faturam juntas R$ 599 bilhões/ano, segundo fonte do portal PEGN. Porém, essas mesmas empresas estão sendo ameaçadas por um termo chamado “concorrência predatória”.
E qual o significado desse termo? Concorrência predatória é a prática de vender a um preço baixíssimo, às vezes até abaixo do preço de custo, para forçar o seu concorrente a baixar seus preços e tentar a “quebra” da concorrência, na grande maioria das vezes, oferecendo produtos ou serviços muito inferiores. Aqui acaba entrando o outro lado da moeda, muitas vezes tão perigoso quanto: os clientes! Muitos deles realmente estão em busca de “preço” e se esquecem de que quase sempre o barato sai caro (como já dizia minha sábia avó), alguns (graças a Deus, não todos) ficam com os “barateiros”… desculpem o termo.
Aqui parece que não está em jogo o melhor custo-benefício, e sim quem cobramenos. Num cenário geral, isso é ruim porque puxa o mercado para baixo e prejudica diretamente o país e, consequentemente, diversas pessoas empregadas pelas empresas de preço JUSTO e qualidade notável, porque essas geralmente empregam mais, por exigirem mais qualidade, fator que acaba demandando mais mão de obra.
Quem representa as micro e pequenas empresas precisa saber precificar de maneira coerente e justa seus produtos ou serviços, não se esquecendo de que é preciso lucrar (aqui cabe um plano com percentuais, por exemplo, lucro líquido, investimento, fluxo de caixa etc.), afinal, nem relógio trabalha de graça.
Então, vamos olhar para dentro de nossas empresas, avaliar nossos custos e analisar qual margem de lucro queremos (precisamos) e assim nos mantermos firmes com nossos valores (princípios), lembrando que nem sempre deixar de fechar negócio é perder dinheiro. Às vezes, realmente precisamos declinar de certas propostas para mantermos nosso ideal e, principalmente, nosso nome em alta, afinal, quando você aceita fazer algo abaixo do seu custo, isso implica diretamente sua qualidade, autoestima e, principalmente, afeta o nome da sua empresa, que é o que mais deve ser zelado. Agora “vambora” juntos voltar esse mercado para o lugar no qual ele deve estar: o lugar do preço JUSTO e não do quem cobra menos, ok?
Nenhum comentário “Você sabe cobrar o “justo”?”
Excelente artigo. A concorrência predatória extermina várias empresas e profissionais sérios.