Hoje a minha coluna é dedicada a um motivo para lá de especial: um nascimento, ou melhor, uma certidão de nascimento, um símbolo que vem coroar um sonho realizado, como alianças que celebram os amores tranquilos por terem se encontrado.
Essa história começou há pouco mais de um ano, quando conheci a Lusciméia Reis, uma mulher inquieta, empreendedora nata, em busca do negócio que era a sua cara e em busca de dar uma força para as mulheres que estavam empreendendo. Nesse caminho, ela encontrou várias mulheres empreendedoras, muitas delas aos trancos e barrancos, todas passando e ultrapassando os desafios do caminho. Quando a conheci, ouvi suas ideias e seus sonhos, e tive a convicção que compartilhávamos uma certeza, entre tantas que são as incertezas dessa vida empreendedora (e da não empreendedora também): juntos, somos muito mais fortes. No caso, juntas. Combinamos de fazer uma reunião e lá fomos nós, eu e meu sócio, nos encontrar com outras seis ou sete empresárias oriundas do programa 10.000 Women, em uma sala gentilmente cedida pela Fundação Dom Cabral.
Conversamos bastante, tivemos a certeza, mais uma vez, que compartilhávamos um sonho poderoso, e ao final da reunião uma delas, a hoje amiga Edilaine Morales, disse: “Eu tenho certeza que a Natália vai topar, os olhinhos dela estão brilhando, olha lá”. Estavam mesmo. Poder ajudar mais pessoas a transformarem suas vidas e a vida coletiva (o que ousamos chamar de mundo) a partir do incentivo para que empreendessem e fizessem o que amam é realmente algo que mexe comigo.
Ali nasceu a consciência de que tínhamos um sonho coletivo: tínhamos certeza que poderíamos ajudar colegas empreendedoras e apoiar outras empreendedoras com mais força se trabalhássemos juntas. A partir desse dia, a Sustenta começou a trabalhar com a formatação daquele grupo, começando pelo aprofundamento da identidade, passando pela compreensão dos objetivos para chegar à criação de planos de ação, sem nunca nos esquecer do sonho coletivo que tinha nos unido. Nesse caminho, tivemos parceiros e parceiras essenciais, novas integrantes chegaram trazendo força e vitalidade para o grupo, outras se distanciaram. Fiz amigas do peito, além de ter conhecido várias e várias histórias que admiro e respeito muito. Aprendemos todos os dias dessa jornada, e é o fruto disso que venho comemorar com vocês aqui hoje. Não o nascimento, que esse já aniversariou, mas a celebração desse nascimento, realizado no último dia 13 de dezembro, em um evento de lançamento oficial do Centro de Referência da Empreendedora (CREM). Neste mesmo dia, foram abertas ao público as inscrições para associação junto ao CREM.
É isso: a coluna de hoje se destina para parabenizar às mulheres guerreiras com quem trabalhamos nessa jornada, para agradecer aos parceiros que fizeram parte desse caminho, para homenagear o meu sócio e amigo do peito Gabriel, o único homem desse grupo, e para compartilhar com vocês o nosso sonho: cada vez temos mais certeza que fazer junto é mais legal, mais gostoso e mais frutífero.
O CREM nasceu para reunir e apoiar mulheres empreendedoras, entender suas demandas, potencializar suas forças, criar oportunidades melhores para elas e seus negócios, articular redes e propiciar mais e mais encontros. Vamos juntas?
P.S: Não posso me esquecer de dizer que se não fosse o CREM eu não estaria aqui, pois foi a Lusciméia que me apresentou à Lênia, no final de 2012 (e essa é a minha 12ª coluna no Empreendedorismo Rosa).
“É no junto dos bão, que a gente aprende o mió”. João Guimarães Rosa
Natália Menhem é cientista social pela Universidade Federal de Minas Gerais, com experiência em estudos socioeconômicos e engajamento de comunidades. É co-fundadora e co-diretora da startup Sustenta Projetos, que realiza diagnósticos de comunidades e trabalha para o fortalecimento do empreendedorismo de impacto. Integra a equipe organizadora do TEDxBeloHorizonte e é embaixadora do TEDx no Brasil em 2013.