Em conversa com Fátima Rocha, uma referência de sucesso no mundo das franquias como franqueadora da rede MegaMatte, comecei a indagar por que temos tão poucas mulheres franqueando seus empreendimentos. Em minha consultoria, tenho um bom número de mulheres querendo comprar franquias, mas pouquíssimas franqueando suas marcas, mesmo compreendendo que esse é, sem dúvida, também um ótimo caminho para o crescimento e a expansão de sua empresa.
Algumas premissas norteiam o que faz uma marca ser franqueável, entre elas:
• Atuar em um mercado em constante crescimento, sendo que o crescimento de renda da população possibilita a nova entrada de novos consumidores;
• Não ser um modismo passageiro e estar consolidado no mercado local;
• Dominar a tecnologia necessária ao empreendimento, tendo experiência no mercado e não dependendo de terceiros para este crescimento.
A partir desta reflexão, e conversando com algumas mulheres empreendedoras, cheguei à conclusão de que suas empresas têm as premissas acima presentes. Entretanto, o que emperra o avanço da ideia de franquear seu empreendimento não é a barreira do investimento financeiro, mas a do investimento emocional.
Sim, mulheres enxergam seus empreendimentos como “filhos”, e permitir que os filhos cresçam é muito difícil. Muitas vezes chegam até a franquear sua marca, mas não avançam no processo de expansão, por entenderem que só elas sabem fazer da maneira correta.
Como mãe de quatro filhos, diria que só eu sei entendê-los e orientá-los. Mas espere aí, só eu mesma? Posso dar a eles o manual de conduta familiar, eles farão do jeito deles. No entanto, utilizando esse “manual” como referencial e contando sempre com minha “supervisão”, mesmo que, muitas vezes, a distância.
As nossas empresas e marcas são assim também. Para que cresçam, devemos nos desapegar de que só nós sabemos conduzir ou fazer. O modelo de franquia vem para nos ajudar ao desapego, mas não na falta de amor. Ao franquear seu empreendimento, ele ficará nas mãos de outras pessoas, mas dentro de uma legislação (a lei 8.955/94) que rege as regras e normas de sua “educação empresarial”.
Bem, pensando assim, é mais fácil franquear o seu empreendimento do que ver seu filho seguindo seu próprio caminhar, certo? Mais ou menos, pois esse sentimento de posse passa pela construção de uma empresa e, portanto, cabe a nós decidirmos qual caminho de crescimento será mais saudável para a empresa e também para nós.
Desapegar em amor é a regra para o crescimento diário, seja ele pessoal ou profissional. E você? Já pensou em franquear sua marca?
Grande abraço empreendedor.
Lênia Luz é empreendedora, sócia-fundadora e diretora de comunicação do Empreendedorismo Rosa. Diretora executiva daAurelio Luz Franchising & Varejo. Fonoaudióloga, psicomotricista e arteterapeuta; Especialista em comunicação humana, em Microfranquias pelo Instituto Tomodati/BID, em Empreendedorismo pela FGV/Goldman Sachs, através do projeto “10.000 Women”. Certificada pela IFA. Criadora dos blogs “Mundo das Franquias” e “Mundo das Microfranquias”. Colunista dos blogs/sites “ Mulheres Empreendedoras” da PEGN, “Portal Webnews”, “Alma do Negócio”, Bolsa de Mulher”, “Canal do Empreendedor”,“Mulheres no Poder” , “ Administradores – O Portal da Administração”, “Revista + Mulher” , “ IP Imagem Pessoal” , “It Mãe” e “Tendência de Mulher”.