Por Gladis Costa
O Dia Mundial de Direitos do Consumidor foi criado em 15/03/1983 para promover e reconhecer os direitos do consumidor no mundo todo. Como mulher e consumidora (quase uma redundância), percebo que muitas coisas precisam ser feitas para aperfeiçoar a relação entre consumidor x serviço oferecido. Penso que pagamos muito caro pelo que compramos. Acreditamos em promessas, prazos e serviços que não são cumpridos e o tempo desperdiçado com telefonemas, e-mails e o estresse causado pela má qualidade do produto e/ou serviço prestado é uma realidade pavorosa do dia a dia.
Todo mundo tem uma experiência – ou várias – muito triste, frustrante e de absoluta falta de respeito em relação ao modo como é tratado pelo comércio, fornecedor – ou seja, quem está do outro lado do balcão. Infelizmente ainda somos o lado frágil da relação.
Pensando no assunto, criei uma lista de perguntas que me persegue o tempo todo e que talvez seja comum à maioria das pessoas, embora eu saiba que as experiências podem variar de consumidor para consumidor, mas ouço histórias o tempo todo – nem todas com final feliz – então acho que as perguntas procedem. Aqui vão:
1. Por que clientes novos têm mais privilégios que clientes antigos? Cliente antigo não conta em termos de preços e promoções?
2. Por que se precisamos comprar apenas uma aspirina, os atendentes na farmácia insistem em nos dar uma cestinha? É quase um mantra “Quer uma cestinha?”.
3. Por que devemos comprar um pacote multi-tudo-combo-mix de uma só operadora, se quando o sistema falhar, vamos ficar sem acesso a todos os serviços ao mesmo tempo – TV a cabo, internet, telefone? Vamos pagar pelo tempo de paralisação do serviço de qualquer forma, certo?
4. Por que ao entrarmos numa loja, a vendedora pede que fiquemos à vontade, mas não sai do nosso lado, dando palpites quanto à cor (absolutamente fantástica), caimento (veste super bem), preço (é caro? nós parcelamos) – sobre uma roupa que nem sequer provamos ou gostamos?
5. Por que supermercados 24 horas tem apenas 1 ou 2 caixas disponíveis, e então no meio da madrugada ou pela manhã existe uma grande possibilidade de ficarmos numa longa fila esperando para pagar a conta?
6. Por que serviços de call center não acham nossos protocolos, mesmo quando informamos o número do que já temos (aliás, de todos os números que já nos passaram) ? E quando queremos cancelar um serviço, por que a linha sempre cai ou a espera é de “muitos” minutos ou músicas inteiras até que alguém nos atenda?
7. Por que promoções que começam com “a partir de” nunca têm nada neste preço ou é porque “aquelas peças já acabaram”? E mais, por que não podemos trocar peças em promoção? De verdade: por que precisamos trocar, não podemos simplesmente desistir da compra e ter o dinheiro de volta? Saudades da Sears com seu bordão “satisfação garantida ou seu dinheiro de volta”. Quando a rede atuava no Brasil, isto funcionava mesmo!
8. Por que os bancos cobram por serviços realizados via internet (doc, por exemplo)? O banco cobra quando nós estamos fazendo tudo?
9. Por que concessionárias, postos de gasolina ou oficinas mecânicas insistem em usar com as mulheres argumentos/termos técnicos/jargões diferentes daqueles usados com público masculino? Muita inbromation. Sobre postos de gasolina, uma dúvida: por que nunca paramos no lugar certo para abastecer nosso carro, sempre precisa “puxar um pouquinho pra frente” ou “um pouquinho pra trás”? Isto é lei?
10. Por que impostos da prefeitura não podem ser pagos pela internet durante o fim de semana? A internet fecha?