Li este artigo da inspiradora Joana Suarez, gerente de jornalismo n’AzMina e decidi compartilhar pois ele vai de encontro as minhas reflexões neste mês de MAIO.
“Nos últimos anos, tenho percebido a consciência feminista chegar a cada vez mais mulheres. Podemos ser o que a gente quer, investindo na nossa carreira, na nossa vida, no nosso prazer. Mas, muitas vezes, a gente esquece que as nossas mães também são essas mulheres, que têm os mesmos direitos e precisam gozar de tudo isso.
Vejo muitas amigas que acabam não contemplando as mães no feminismo delas, quando as mantêm nos lugares de cuidadoras. A mulher que arruma a casa, lava os pratos, faz a comida favorita, lava as roupas. É uma verdadeira empregada não remunerada dentro de casa, que não tem o próprio dinheiro nem tempo pra curtir e fazer as coisas para ela. E se isso fica evidente, surge logo a desculpa de que a mãe gosta de fazer isso, que é feliz assim. Mas qual é a opção que ela teve de não fazer isso? Quando ela se priorizou?
Mainha, ao contrário, nunca foi dona de casa. Sempre investiu na carreira e no prazer dela. Foi um exemplo prático pra mim do que é ser uma mulher feminista. Mas, vendo minhas amigas na minha adolescência, durante algum tempo, eu queria colocá-la nesse lugar da mãe dona de casa. Pensava: que mãe é essa que não faz tudo pra filha, que não põe a filha em primeiro lugar?
Aí eu fui percebendo que isso era tipo um antifeminismo com a minha mãe. Por não ter um olhar feminista real, eu não enxergava a mulher poderosa que ela era por ter decidido seguir o caminho próprio e se priorizar. Queria colocá-la na caixinha da maternidade, da mãe endeusada, que ama e se doa incondicionalmente, que cuida da casa e dos seus.
Ainda bem que fui virando essa chave, mas reconheço que é um desafio a gente ser feminista com as nossas mães, olhar pra elas todos os dias como mulheres e ter sororidade.
Então, amigues, não seja feminista até a página “mãe”, tirem elas desses serviços e obrigações ou as remunerem justamente. É o mínimo que se pode fazer: dar poder de decisão e de compra para essas mulheres, pagando pela marmita, pela roupa lavada e cheirosinha…”
Feliz mês da Mães, de TODAS as Mães!