Por Erica Zanotti
O Instituto onde trabalho, o Consulado da Mulher, apoia micro empreendedoras – às vezes dizemos que elas são nano empreendedoras para ficar mais fácil a comparação – com perfil de vulnerabilidade social, que vivem nas comunidades carentes de todo o Brasil.
A maioria das mulheres beneficiadas pela ação empreendem em grupo, ou familiar, ou com amigas e vizinhas da mesma comunidade. Em janeiro do ano passado, 2014, iniciamos o processo de assessoria/educação empreendedora com um grupo de vizinhas donas de uma Lavanderia, no Vicente de Carvalho, Guarujá.
Desde o início, o trabalho foi de formiguinha uma vez que elas sabiam sim lavar roupas, mas não de forma comercial, e não tinham nenhum conhecimento em gestão de negócios. Trouxemos para ensinar alguns truques de lavagem, fizemos acordo com uma empresa chamada Planeta Azul, que além de doar produtos de lavanderia industrial, ainda realizou outros cursos e ministramos capacitações e assessorias em temas de negócio, tais como atendimento à cliente, formação de preços, controle de entrada e saída, etc.
Mesmo depois de tudo isso, em janeiro deste ano, 2015, percebemos que o faturamento não estava aumentando e que elas não estavam conseguindo se organizar como grupo.
Então fizemos um “tratamento de choque de gestão”. Logo na primeira reunião, com todos os integrantes do grupo e mais 3 pessoas do Consulado, definimos juntos 7 pontos que elas precisam trabalhar para fazer o negócio funcionar:
1) Listar os sonhos de cada uma e como elas poderiam realizar através do sucesso da lavanderia.
2) Aumentar a divulgação de diversas maneiras.
3) Utilizar o sistema de gestão.
4) Fazer reunião de gestão e planejamento quinzenalmente.
5) Definir um tempo no meio do dia, todos os dias, onde todo o grupo se encontra para passar as tarefas.
6) Ter responsáveis por cada atividade, mesmo que os outros façam junto.
7) Refazer a lista de preços que estava defasada.
Deixamos a lição de casa para que elas se organizassem pra fazer, e pra falar bem a verdade, não tínhamos muito confiança de que iriam conseguir.
Voltamos depois de um mês para fazer o follow-up e não é que elas tinham conseguido realizar TODOS, sem exceção! O resultado apareceu no mês seguinte, tiveram mais de 100% de aumento no faturamento, sendo o maior da história do empreendimento.