Por Lênia Luz
Sou uma admiradora e fã do trabalho da escritora Carol Rosetti. E em uma noite destas me arrisquei a enviar um inbox, via Facebook, convidando ela para uma entrevista. Para minha feliz surpresa, ela me respondeu imendiatamente e aceitou!
Carol decidiu ser ilustradora aos 4 anos de idade, quando ganhou de seus pais uma caixa de lápis de cor. Mais tarde, resolveu que estudaria design gráfico, área na qual se graduou em 2011. Mora em Belo Horizonte e conciliou seus projetos autorais de ilustração com o estúdio de design gráfico Café com Chocolate Design e o coletivo ZiNas. Ela quem faz todas as ilustrações, assim como a pesquisa por trás de cada quadro.
O Projeto Mulheres surgiu de forma espontânea e despretensiosa. Seu objetivo inicial era apenas praticar sua técnica com lápis de cor e passar uma mensagem boa para meus amigos que já acompanhavam meu trabalho.
Carol relata que sempre conviveu com uma série de pequenas restrições cotidianas sobre seu corpo e o das tantas mulheres que fazem parte da sua vida, e depois de um tempo isso começou a incomodá-la. Ela diz que esse controle é tão parte da nossa cultura que nem sempre nos damos conta de como ele é cruel e do quanto restringe nossas escolhas pessoais. Mas não basta discutir exclusivamente as questões que afetam um grupo específico de mulheres. É preciso também discutir racismo, homofobia, bifobia, transfobia, elitismo, xenofobia, opressão contra pessoas com deficiências físicas. A luta por igualdade e respeito é muito ampla e deve ser inclusiva.
Compartilho abaixo a pROSA que tivemos. Inspirem-se:
- ER. Quais características você considera essencial para ser uma empreendedora de sucesso? Não sei bem, para falar a verdade nunca pensei muito sobre isso. Pela minha experiência pessoal, acredito que é muito importante manter a organização no dia a dia, o foco nos objetivos a curto, médio e longo prazo, e amar o que faz. Foram três coisas essenciais na minha trajetória.
- ER. Qual foi o maior desafio encontrado até hoje como empreendedora? Eu nunca pensei em mim mesma enquanto empreendedora, mas acredito que faça sentido. Esse projeto foi crescendo à medida que ia acontecendo, eu nunca esperei essa visibilidade e tive que me adaptar muito rápido. Eu já tinha um trabalho e uma rotina e, de repente, um hobby se tornou um projeto grande que demandava muito mais tempo do que eu imaginei em um primeiro momento. Acho que meu maior desafio foi me organizar para conseguir planejar e fazer tudo o que esse novo projeto me demandava.
- ER. Quando não está empreendendo o que gosta de fazer? Eu gosto de desenhar, de criar, e essa minha paixão se tornou meu empreendimento. Eu continuo desenhando nas horas vagas, além de assistir séries e passar tempo com as pessoas que amo.
- ER. Participa de algum grupo de network feminino? Não sei se conta, mas participo de um coletivo de publicações independentes com temáticas feministas chamado ZiNas. E tenho um estúdio de design gráfico com duas sócias, chamado Café com Chocolate Design.
- ER. Quais os cuidados você têm para não perder a feminilidade? Eu realmente não me preocupo muito com isso, pois não considero a feminilidade como algo importante para mim. Várias mulheres incríveis não são vistas pela sociedade como “femininas”, e isso não as torna menos mulher do que outras. Não creio que esse conceito seja especialmente importante para todas as mulheres, e certamente não o é para mim. O que não signifique que eu desaprove a feminilidade, de forma alguma. Acho que pode ser algo importante para outras mulheres, e tudo bem. Cada uma tem suas prioridades e sua identidade.
- ER. Quem foi, ou é, seu grande influenciador (a)? Não sei apontar com certeza um único nome. Não tenho um grande mentor, ou algo do tipo. Mas muitas pessoas têm sido grandes inspirações para mim ao longo da vida: meus pais, avós, amigas… Artistas e/ou escritores como Aline Lemos, Amanda Palmer, Neil Gaiman, J.K. Rowling, Phllip Pullman, Marjani Satrapi, Craig Thompson, José Saramago….
- ER. Qual o seu maior acerto e o seu maior erro como empreendedora? Acho que meu maior acerto foi fazer da minha paixão a minha profissão. Meu maior erro… Não sei, não me lembro de nada que tenha me arrependido profundamente. Fiz algumas coisas que não deram muito certo por inexperiência, mas nada com consequências drásticas. Tudo me serviu como aprendizado.
- ER. Que música traduz você como pessoa ou profissional?Ah, tem várias! Acho que no momento seria My Silver Lining – First Aid Kit.
- ER. Se pudesse escolher uma dica para deixar as leitoras do Empreendedorismo Rosa, qual seria? Eu diria para fazer o que ama com paixão e não ter medo de recomeçar.
- ER. Quando você vem para Curitiba, ROSEAR com a gente? Espero que em breve!