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ESG e Cibersegurança: a chave para um futuro digital sustentável

“Em um mundo cada vez mais consciente da responsabilidade das empresas, o ESG emerge como uma bússola fundamental para o sucesso e vem abrindo caminho para um futuro mais sustentável, guiando os investimentos e as decisões empresariais. Por se referirem a fatores ambientais, sociais e de governança nas tomadas de decisão, esses princípios também têm um papel importante na cibersegurança.

Pela perspectiva ambiental, em uma era digital, há uma forte dependência de tecnologia pelas empresas, e isso também significa que seus impactos ambientais possuem cada vez mais relevância. A cada ano, toneladas de equipamentos eletrônicos são descartados e esses resíduos eletrônicos, quando não são gerenciados de forma adequada, podem se tornar um grande problema ambiental. Ademais, a segurança da informação também é crucial para proteger o meio ambiente. Hackers e outros criminosos podem ter acesso a dados confidenciais sobre produtos químicos e substâncias tóxicas, colocando em risco a saúde humana e o meio ambiente.

No âmbito social, o impacto das operações de uma empresa assume um papel crucial na análise ESG. A proteção dos dados dos clientes, a implementação de práticas justas de trabalho e a promoção da diversidade e inclusão, tanto internamente quanto na cadeia de suprimentos, são aspectos fundamentais. A cibersegurança, por sua vez, torna-se essencial para garantir a proteção das informações pessoais de colaboradores e clientes. Sendo assim, a proteção contra eventuais ataques cibernéticos é primordial para garantir a segurança das informações da empresa e dos seus stakeholders, incluindo funcionários e clientes.

A governança corporativa é o conjunto de práticas e estruturas que regem a administração e a supervisão de uma empresa. Ao implementar boas práticas de governança corporativa, a empresa demonstra compromisso com a ética, a responsabilidade e a transparência, construindo uma imagem positiva e sustentável a longo prazo. Dessa forma, é possível gerenciar riscos, fortalecer sua reputação, melhorar seu desempenho e construir um futuro mais sólido e próspero tendo a governança como um pilar fundamental para o sucesso sustentável das empresas. 

Todos esses aspectos são considerados quando se avalia o desempenho ESG de uma empresa. O mundo está mudando e, com ele, as expectativas dos investidores e dos consumidores. Eles estão cada vez mais interessados em empresas que demonstrem um compromisso genuíno com a sustentabilidade e a responsabilidade social. Não basta apenas ter lucro, é preciso gerar impacto positivo na sociedade e no planeta.

Devido ao aumento dessa conscientização em relação aos impactos das atividades empresariais, as expectativas dos stakeholders estão mudando. As empresas agora precisam ser responsáveis e transparentes em relação a como suas práticas afetam o meio ambiente, a saúde e o bem-estar das pessoas e a sociedade em geral, e isso vai muito além do capitalismo tradicional com que o mundo acabou se acostumando.

Cabe, ainda, comentar sobre a privacidade de dados. Embora distintos à primeira vista, a LGPD e o ESG se entrelaçam em um compromisso com a responsabilidade e a transparência. Estar em conformidade com a LGPD é demonstrar preocupação com a privacidade dos dados dos stakeholders, e isso pode ser considerado um aspecto social do ESG. Além disso, as empresas que se preocupam com o ESG tendem a ter uma postura mais transparente e ética, o que está diretamente relacionado à governança corporativa. Essa postura pode ser cumprida pela conformidade com a LGPD, que exige transparência e responsabilidade no tratamento de dados pessoais, estabelecendo regras para sua coleta, armazenamento e uso pelas empresas.

Essa conexão entre cibersegurança e ESG pode ser observada de várias formas. Com relação ao meio ambiente, a segurança digital pode ajudar a proteger redes e sistemas que, por sua vez, podem auxiliar a reduzir o impacto ambiental das empresas. Por exemplo, a segurança de uma rede de sensores pode colaborar na gestão de resíduos e no consumo de energia, reduzindo o desperdício e a poluição. Sob o aspecto social, a cibersegurança pode impactar diretamente, já que a segurança digital é fundamental para proteger as informações pessoais dos usuários, impedindo as fraudes e os crimes cibernéticos. A segurança também pode ajudar na proteção de dados sensíveis, como informações financeiras e de saúde, evitando a exposição indevida de dados que podem causar prejuízos. Já para governança corporativa, a relação é importante, pois as empresas são responsáveis pela proteção das informações confidenciais de seus clientes e colaboradores. Além disso, a segurança digital é fundamental para garantir a integridade das atividades empresariais, evitando a interrupção de serviços e prevenindo perdas financeiras. Por isso, a cibersegurança é uma preocupação constante de empresas de todos os setores e tamanhos, que buscam investir em tecnologias e medidas para garantir a proteção de suas atividades e a confiança de seus clientes.

A segurança digital também pode ser um fator de competitividade para empresas que atuam em mercados competitivos. Empresas que investem em medidas robustas de cibersegurança e são capazes de demonstrar aos seus clientes que mantêm suas informações protegidas podem ganhar uma vantagem competitiva em relação a concorrentes que não dão tanta importância à segurança digital. Isso pode ser especialmente relevante em setores em que a confiança dos clientes é um fator determinante na escolha de fornecedores.”

Alice de Sousa Campelo

Contadora, especialista em Finanças Corporativas e Ciberseguranca

Pós-graduanda em ESG – Gestão Responsável e em Desenvolvimento Sustentável e Economia circular

Subscritora Especialista em seguros de D&O, Responsabilidade Civil Profissional e Riscos Cibernéticos

Este texto faz parte do E-BOOK ” Vozes Femininas na Sustentabilidade” idealizado por Daniele Ciotta 

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