Sempre tive uma veia empreendedora, desde criança. Lembro que, com 8 anos, pedia ao meu pai que comprasse pulseirinhas de borracha (que estavam na moda) na 25 de março para que eu pudesse revender na escola. Mais tarde, na faculdade de jornalismo, vendia lenços (que também estavam na moda) para as amigas. Meu sonho sempre foi ter uma loja, mas aí me apaixonei pelo jornalismo, a carreira em uma grande editora engrenou e, realizada, deixei o meu projeto de ter um negócio próprio em stand by.
De verdade, mesmo trabalhando como funcionária e sendo parte de uma engrenagem grandiosa de publicações, sempre tive muita iniciativa e vontade de fazer coisas novas. E assim fui realizando o que podia numa espécie de empreendedorismo dentro da empresa! Nos últimos anos, porém, isso passou a não ser suficiente… Eu queria mais, queria me colocar à prova. Queria criar algo do zero, por mim mesma. Plantar e colher os frutos. Ver até onde eu seria capaz de chegar. Planos, muitos planos e projetos foram lotando meus cadernos de anotações.
Enquanto isso, na minha vida pessoal, eu me apaixonei, casei e… tive uma filha, a Isabela e, dois anos mais tarde um filho, o Felipe. A maternidade provoca mudanças imensas na vida da gente. Não vou ficar aqui citando todas elas, mas sim a que mais impactou naquela minha veia empreendedora adormecida: de repente, fiquei mais forte. E mais decidida. Senti uma urgência de ter a vida que sempre projetei, de viver de acordo com aquilo que acreditava. Decidi que era hora de dar uma virada. Digo que a gente fica forte, porque, de fato, com dois filhos para criar, as responsabilidades financeiras aumentam. E, racionalmente, não seria a melhor hora de abri mão de um (bom) salário para me aventurar em uma empreitada sem previsão de retorno.
Meu marido e eu fizemos as contas e pedi demissão em dezembro de 2011. Deixei o cargo de editora especial da maior revista feminina do Brasil para ser uma microempreendedora da comunicação no mundo digital. Abandonei o sobrenome da empresa e tive de meter as caras para agregar valor ao meu nome! Idealizei o site It Mãe pensando justamente em ajudar outras mães a criarem seus filhos de uma forma mais bem-resolvida. Em junho, o site completa um ano, está dentro de um grande portal, o Uol, e com todas as melhores perspectivas de crescimento.
Se foi fácil? Não! Não é nada fácil empreender. A quantidade de “nãos” que a gente ouve é imensa! Mas em nenhum momento eu tive vontade de retroceder. Sei que esta é a minha praia. Em alguns dias, bate uma dúvida imensa se tudo o que está na minha cabeça pode virar realidade. Mas o tempo todo aprendo a acreditar cada vez mais em mim, no meu trabalho, no meu poder de realização. Quando bate o desespero, penso que tudo vale a pena pelos meus filhos. É por eles que quero ser uma profissional realizadora e chegar mais longe. São eles que me ajudam a ficar mais forte e fazer essa virada, não é mesmo? Por isso, costumo dizer que meus filhos são o grande motor do meu sucesso. Muito orgulho de estar aqui, como colunista do Empreendedorismo Rosa.
Um beijo.
Daniela Folloni é jornalista, especialista em comportamento feminino. Trabalhou nas revistas Vogue, Casa Vogue, Nova Cosmopolitan, Claudia e Claudia Bebê. É criadora e diretora de conteúdo do site It Mãe, palestrante e colunista da seção Mães e Trabalho da revista Crescer. Daniela também é mãe de Isabela, 4 anos, e Felipe, 2 anos.