Minha conexão com o empreendedorismo começou bem cedo, quando esse nome nem existia ainda. Minha mãe foi a primeira filha de um libanês que imigrou para o Brasil no final de Primeira Guerra Mundial. Meu avô tinha o comércio na veia e minha mãe e suas irmãs herdaram dele seu perfil de negociante. No interior de Minas, onde apenas os filhos homens recebiam o luxo de estudar o curso técnico ou a faculdade, cabia às mulheres receber apenas educação primária básica, o que se resumia em saber as quatro operações e o alfabeto para escrever, principalmente, o próprio nome. Quarta séria primária estava prá lá de bom! Esse era mais ou menos o cenário brasileiro de 80 anos atrás. Mas, mesmo nesse contexto, depois do casamento, minha mãe e suas irmãs se tornaram empreendedoras. Muito prendadas, cada uma com suas habilidades, tiveram sucesso em tudo que tocaram.
No início da década de 90, fui trabalhar no Sebrae com capacitação e desenvolvimento de novos empresários. Daí em diante o tema empreendedorismo entrou definitivamente em minha corrente sanguínea e o DNA do avô libanês falou mais forte. Esse é um assunto que me encanta: poder contribuir com resultados cada vez mais consistentes e cheios de força e superação para a melhoria de vida e expansão de negócios no mercado. Dentre as derivações do tema empreender tem um em especial que me mobiliza, o empreendedorismo social.
Lendo os depoimentos das “Leitoras Rosas” fiquei muito emocionada. São histórias de vida, superação, descobertas, desafios, decepções que viraram força para avançar e dar a volta por cima. Todos os relatos vindos do coração e com a força que marca a vontade feminina de fazer acontecer. Todas elegantemente fortes e me remetendo aos exemplos que cresci vendo em minha família. Ao virar as páginas virtuais, identifiquei pedacinhos da minha história. Com um olhar mais apurado também pude perceber uma narrativa muito semelhante em todos os relatos. Um fio de Ariadne. Algo que ia muito além das vitórias, sugerindo nas entrelinhas que se houvesse uma rede de apoio, quando elas tomaram a decisão de ir à luta, os resultados poderiam vir mais rapidamente. Daí a alegria de todas ao encontrar o site do “Empreendedorismo Rosa”. Quando encontramos nossos pares, mesmo que sejam virtuais, tudo passa a fazer mais sentido em nossas vidas!
Hoje, segunda década do séc. XXI, vivemos em redes. Na natureza, a rede é o padrão de funcionamento mais orgânico. Dos nossos neurônios às redes sociais, vivemos o “padrão rede” em nossas vidas todos os dias. A comunicação é broadcast, tudo está interconectado e na rede o fluxo é o padrão de interação. A conexão amplifica nossa atuação. Vivemos hoje uma grande conversação global. Daí me ocorre uma ideia: como podemos usar o “fluxo”, o “padrão rede” e o poder das conexões para ampliarmos nossa atuação empreendedora? Seria isso possível ou uma utopia idealista? Há algum tempo atrás, fiz uma apresentação aprofundando esse tema que pode ser vista aqui.
Como seria se procurássemos conhecer os sites das leitoras e colunistas do “Empreendedorismo Rosa” compartilhá-los divulgando em nossas redes e darmos preferência na hora consumir seus produtos e serviços? (claro, se a qualidade estiver de acordo com nosso padrão e necessidade). Criar um círculo virtuoso e gerador de negócios que fortaleça toda a rede “rosa”? Ações colaborativas e conscientes fortalecendo todos os elos da rede! Isso pode ser considerado uma ação proativa de empreender social. Que tal sermos agentes facilitadoras para outras mulheres empreendedoras?
Ampliar a visão feminina (não feminista) para os nossos negócios. Fazer uma corrente do bem. Em resumo, praticarmos o empoderamento das mulheres daqui, de lá e de todos os lugares!
Gostou da ideia? Envie-me um e-mail, vamos “parceirizar” em rede!
Maristela Moura: Especialista em Marketing, Orientação Profissional e Transição de Carreira
Pós-graduada em Neuropsicologia; Marketing e experiência em capacitação empresarial, credenciada pelo Sebrae/SP.
E-mail: maristelanm@yahoo.com.br
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Skype: marismoura
Nenhum comentário “Leitora Rosa: Maristela Moura”
Excelente texto!
Nos deixa a certeza de que todos nós temos um pouco desse empreendedorismo natural em nossas veias, graças à grande mistura do sangue e tradições de todas as raças que reunimos.
Nesse sentido somos todos pertencentes a uma grande rede. A rede gerada pema mistura de praticamente todos os povos existentes.
Isso mesmo, Antonio, a ideia é fortalecer a grande rede! Muito agradecida por sua visita e comentário.
Querida Maristela,
Parabéns!!!
Adorei o seu texto!
Conheço esta jornada.
Sucesso e felicidade para as mulheres de nossa família e todas as destemidas que também acreditam no potencial feminino.
Beijos e abraços de carinho e saudade!!!
Querida Nádia, sim somos fios tecidos num tear especial!
Alegria encontrar sua mensagem aqui. Beijos!
Maristela, como Leitora Rosa e hoje também Colunista Rosa me senti muitíssimo emocionada pq sinto falta disso, um apoio maior. Já faço um trabalho mais ou menos assim no meu blog com a categoria APRENDAM COM MINHAS AMIGAS onde divulgo e sempre recomendo o trabalho de mulheres que venceram sozinhas como eu, somos donas de casa empreendedoras e a maioria tem andado sozinha. Sinto falta desse apoio, queremos crescer e ajudar outras mulheres também. Eu topo! Parabéns pelo texto e incentivo. Bjos da Mell.
Querida Mell, você é uma inspiração! Seu depoimento me emocionou profundamente. Sei que podemos colocar em prática uma rede de apoio mútuo. É disso que a vida é feita: solidariedade! Muito agradecida por sua visita. Bjs