O assunto de hoje é mulher na política, mas o interesse é geral. Afinal, não é necessário ter uma empresa para ser empreendedora, e nem mesmo ser mulher para lutar pela igualdade dos sexos. Mulher que incentiva o protagonismo feminino há de concordar comigo e participar dessa campanha.
A sociedade patriarcal, como conhecemos, tende a desaparecer. Quando? Ainda não sabemos, talvez daqui 150 anos, o mesmo tempo em que vamos ter a mesma quantidade de homens e mulheres nos espaços municipais, segundo o demógrafo José Eustáquio Diniz Alves.
Há 101,7 milhões de mulheres no Brasil contra 99,3 milhões de homens, segundo o IBGE. E para lutar pelos nossos direitos lá na ponta, com quem manda e desmanda, com quem vota, constrói e faz acontecer, precisamos de representantes que sintam o que sentimos, que passem pelo que nós passamos e que se identifiquem com a gente, pois na vida de milhares de nós, o preconceito, a exclusão e a violência é uma realidade.
Se para alguns está de mal a pior, pelo menos para nós está de pior para mal. E isso é bom. Em 2003 tivemos a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres (em Curitiba essa secretaria só chegou agora em 2013), em 2010 foi a vez da ONU Mulheres e da eleição de uma mulher para representar a nação no cargo de Presidente da República – que deu bastante visibilidade ao tema.
Mas no Brasil todo temos apenas 10% de mulheres na política, bem menos que em países como Iraque e Afeganistão. Em parte, é verdade que muitas mulheres não se interessam pela política, já que contam com uma infinidade de tarefas que foram naturalmente atribuídas a elas pela sociedade, como cuidar da casa, dos maridos, dos filhos etc. E como a política é um “jogo de cartas marcadas” muitas preferem não se envolver com um ambiente que pode se tornar maléfico a elas. Não só é preciso incentivar as mulheres a participar ativamente do cenário político, como é válida uma lei que obrigue os partidos a ampliar a nossa participação nas candidaturas, o que agrega na emancipação e empoderamento feminino. As mulheres não devem ter medo de concorrer a grandes cargos (nisso incluo qualquer cargo de liderança), mas precisam sim dar o primeiro passo e estar dispostas a disputá-lo com homens.
Numa pesquisa realizada em abril desse ano pelo IBOPE e Instituto Patrícia Galvão, 8 em cada 10 entrevistados consideram que, sendo as mulheres hoje mais da metade da população, deveria ser obrigatória a participação de metade de mulheres e metade de homens nas Câmaras de Vereadores, Assembléias Legislativas Estaduais e no Congresso Nacional.
71% dos entrevistados consideram a reforma política muito importante/importante para garantir 50% de homens e 50% de mulheres nas listas de candidaturas dos partidos. Está aí a oportunidade de você também dar o seu voto de confiança. Uma das condições do projeto de lei por iniciativa popular Eleições Limpas é a inclusão das mulheres na política, assim como a campanha “Mulher, tome partido”, da Câmara de Deputados, que pretende aumentar em 20% o número de mulheres filiadas e em 30% a representação feminina na Câmara e no Senado até 2014.
Vou aqui dar 10 dicas para você que quer participar ativamente da luta (dicas passadas por Julie Kumble, Diretora de Doações e Programas na Women’s Fund of Western Massachusetts):
– Faça muito network na sua comunidade;
– Faça uma lista de possíveis apoiadores;
– Guarde dinheiro para sair do trabalho e dedicar-se à sua campanha;
– Seja capaz de responder o por que você está fazendo isso;
– Monte um plano junto com sua família, para gerir crises que venham a aparecer;
– Mantenha-se saudável, emocional, física e mentalmente;
– Seja autêntica/original;
– Busque pessoas de sucesso que sirvam de referência para você;
– Estude, participe de programas de treinamento, busque capacitação;
– Faça acontecer.
Links de interesse:
O livro Mulheres nas Eleições 2010 pode ser baixado gratuitamente: www.bibliotecafeminista.org.br
Pesquisa “Mais mulheres na política:” http://www.spm.gov.br/publicacoes teste/publicacoes/2013/mais_mulheres_politica.pdf
ONU Mulheres: http://www.onu.org.br/onu-no-brasil/onu-mulheres/
Secretaria de Políticas para Mulheres: http://www.spm.gov.br/
Amanda Riesemberg é publicitária, e faz MBA em Administração do Terceiro Setor. Fundadora da Nossa Causa – Agência de Transformação Social, luta pelo crescimento do voluntariado, das atividades filantrópicas no país e da profissionalização do terceiro setor. Voluntária no Instituto HUMSOL, foi uma das 15 brasileiras convidadas para o Programa de Intercâmbio de Empoderamento Feminino realizado nos Estados Unidos em 2012. Também empreende a Baum Filmes, produtora de vídeos interativos e de intervenção social.
Contatos: facebook.com/nossacausa ou amanda@nossacausa.com
Um pensamento em “Lugar de mulher também é na política”
Boa Amanda, precisamos sim de mais ousadia, não nos intimidar diante de lideranças masculinas, precisamos fazer valer a voz feminina, ocupar espaço nos plenarios, temos força, temos liderança, temos carisma, competencia, inteligencia, sensibilidade quem sabe assim ROSEANDO os palanques da política nosso país se torna melhor de se viver, afinal por a casa em ordem é nosso papel e isso fazemos bem até demias kkkk
bj rosa