Outro dia, lendo trechos do livro “Motivação 3.0”, de Daniel Pink, um dos ex-redatores dos discursos de Al Gore, deparei-me com sua opinião sobre como as empresas podem engajar seus talentos e extrair as melhores performances de seus colaboradores. Para ele, “a chave é pagar o suficiente às pessoas para ter certeza de que elas não estarão pensando em dinheiro, mas, sim, no progresso do seu trabalho”.
Daniel ressalta a importância da transparência das empresas quanto aos acontecimentos, e eu ressalto a autotransparência. Quando as pessoas não sabem o que querem, elas não são transparentes a ponto de controlar suas atividades. Elas são movidas pelos acontecimentos do dia a dia, e não o contrário. Quando não sabem o que querem, elas podem se deixar levar pelo dinheiro que recebem no fim do mês, e nós sabemos que não basta mais somente o dinheiro para sermos felizes, correto? Nós precisamos de variáveis controláveis.
A criatividade é uma variável controlável. O certo é procurar sempre por desafios maiores, autonomia e propósitos. Assim, desenvolvemos ações que nos incentivam a criar sempre mais e mais, e encontramos a automotivação, que está diretamente relacionada ao controle da própria vida, a ver um sentido nas coisas que são feitas e a aprender algo que valha a pena.
Marketing pessoal não se trata apenas de se comunicar com o mercado, mas de algo real, como o fato de as pessoas irem para o trabalho sabendo das razões pelas quais estão fazendo aquilo, entendendo para que servem suas atividades e de que forma elas fazem a diferença, sendo criativas. Isso precisa ser verdadeiro, estar no sangue, pois faz parte da comunicação pessoal, da automotivação.
Às empresas, deixo a mensagem de que somos profissionais com personalidades fortes e competências diferentes, que gostamos de estar em equipe, de liderar e sermos liderados, que somos talentosos e temos escolhas, por isso merecemos ser cuidados, e que, ao contrário da opinião do autor americano, não somos movidos somente por dinheiro. Aos profissionais, a mensagem que deixamos às empresas faz parte do nosso marketing pessoal, que deve ser desenvolvido todos os dias, e que faz parte de nossas estratégias e escolhas. Não esqueçamos isso e vamos correr atrás do que realmente queremos, inclusive onde queremos trabalhar e desenvolver nossas carreiras, para que, assim, possamos nos destacar e ganhar dinheiro.