Apesar do avanço legal da igualdade de gêneros, menos de 20% dos cargos de diretorias de empresas são ocupados por mulheres e poucas ascendem como líderes de entidades, aproveitando vantagens desses relacionamentos para seus negócios.
A empresária catarinense Sônia Hess, que ganhou projeção internacional como presidente da Dudalina e hoje é voluntária em diversas entidades, defendeu na última segunda-feira, no evento Conexão Endeavor, em Florianópolis, maior participação de empresárias na instituição.
Como avalia a participação de empresárias em entidades como a Endeavor e outras?
Eu sou embaixadora e mentora da Endeavor há muito tempo. Hoje sou também do conselho da instituição. Vejo que temos muitas mulheres empreendedoras, mas poucas se expõem participando de entidades, indo atrás. Participar da Endeavor, por exemplo, significa ter ajuda para crescer forte, é muito positivo porque há todo um trabalho de mentoria. Sou a única conselheira, temos duas ou três embaixadoras. Para se ter ideia das oportunidades, no final de semana (este que passou), eu e a Luiza Helena Trajano, como embaixadoras Endeavor, vamos participar em Israel de um programa belíssimo, que deveria ter mais embaixadoras e embaixadores. Mas, no grupo, somos só em duas mulheres. Acho que a mulher tem que aprender a fazer melhor networking. Isso só traz dividendos, aprendizado. Há poucos dias, participamos de um final de semana em Águas de São Pedro, em São Paulo, com mais de 50 empreendedores Endeavor. Eu, que não sou mais empreendedora, fiquei fascinada, fiquei o dia inteiro com eles aprendendo.
Esses contatos abrem portas para mais negócios?
Com certeza, muito mais. Quem não se movimenta, não faz diferença. Quando eu era presidente da Dudalina morei o tempo todo em São Paulo e vinha para Santa Catarina todas as semanas. Isso fez com que muitos caminhos se abrissem. Em São Paulo, comecei a participar do Lide e, mais tarde, me tornei presidente do Lide Mulher no país. Eu me envolvi com a Fundação Dom Cabral e hoje sou do conselho dessa instituição. Estava na Endeavor e me tornei conselheira. Isso abriu muitas portas para eu aprender e colocar idéias em prática na nossa empresa. (o projeto-piloto das camisas femininas, segmento que deu impulso milionário à Dudalina, foi em São Paulo). Meu sonho, desde que sai da vida executiva, era fazer a semana TQQ, trabalhar só terça, quarta e quinta, mas hoje é segunda e estou aqui. Eu estou aprendendo o tempo todo. Estou olhando o que eu podia ter feito melhor, mas também conto o que eu fiz, para inspirar outras pessoas. É uma troca maravilhosa, devolver à sociedade o muito que eu já aprendi.
Para participar da Endeavor precisa ser empreendedora de alta performance?
Não. É preciso ser empreendedora. A Endeavor é que vai dizer se é de alta performance ou não. Eu conheço algumas empresárias que entraram na instituição. Elas não sabem se têm essa característica. Mas se contam uma ajuda de fora, com mentores maravilhosos como têm na Endeavor, poderão se tornar, sim, empreendedoras de alta performance.
*Texto Original: CLIC RBS