Empoderamento Feminino

Negócios, sociedade, sustentabilidade: estamos prontos para liderar pelo exemplo?

Na essência de qualquer negócio está o seu propósito, e na gestão de qualquer negócio, está uma liderança. Compreender e reconhecer esse propósito, aliado a tomada de decisões é também abraçar a integridade, a governança e a sustentabilidade. A maneira como uma marca impacta e é impactada pelo ambiente à sua volta é uma reflexão direta dos valores e das decisões de liderança. Negócios são pessoas, agindo, priorizando e tomando decisões a todo momento. Agir e estar em conformidade com normas legais, demonstrar integridade e transparência são pilares inegociáveis nessa jornada. Além disso, compreender a interdependência entre pessoas, planeta e parcerias é essencial para orientar todas as decisões de negócios. 

O papel da liderança perpassa a simples tomada de decisões, elas moldam a cultura, influenciam o engajamento dos colaboradores e direcionam o caminho em direção aos objetivos estratégicos, potencializam e fidelizam marcas. Talvez, por este motivo, tanto tenha se falado sobre o papel que a liderança deve exercer na governança, gestão e sustentabilidade (continuidade) do próprio negócio, afinal, “liderar é o desafio de permanecer na escolha das pessoas” (Denise Hills). 

Nesta jornada íntegra, transparente e responsável que se espera do mundo dos negócios (grandes ou pequenos), adotar critérios ambientais, sociais e de governança tem feito cada vez mais parte da agenda organizacional. 

O ESG (Ambiental, Social e Governança) emergiu nos últimos anos como uma prioridade nos negócios, delineando um caminho importante para o futuro não apenas das empresas, mas também da sociedade como um todo. Se esse ainda é um termo novo para você, vamos explorar como esses critérios merecem o seu olhar apurado. Reconhecer o papel e postura das lideranças na promoção de uma cultura que possa ser reconhecida como exemplo é fundamental para navegar nessa jornada. Mas, afinal, estamos prontos para liderar pelo exemplo?

De acordo com o IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, cunhado pela primeira vez na publicação Who Cares Wins, em 2004, o termo ESG (sigla para Environmental, Social and Governance, no original em inglês, ou ASG – Ambiental, Social e Governança, na tradução para o português) vem sendo adotado pelo mercado financeiro para melhor avaliar os riscos e as oportunidades associados às decisões de investimento. O termo ESG não é um conceito em si, mas um acrônimo que expressa critérios ambientais, sociais e de governança para avaliar o avanço das organizações em direção à sustentabilidade”.

Em um mundo onde a informação flui de forma veloz e livremente, há sempre inspiração e boas práticas a serem compartilhadas. A percepção de que pequenas empresas estão distantes das discussões sobre compliance, sustentabilidade e ESG é um equívoco. À medida que os benchmarks acontecem, os pequenos negócios avançam na ambição e definição dos próximos passos. Liderar e inspirar outros negócios é uma responsabilidade que não pode ser subestimada. 

A implementação prática do ESG requer um olhar para o seu negócio, seus riscos, desafios e oportunidades e deve ser traduzida de forma precisa em um plano de ação sob medida, identificando riscos, tendências e oportunidades que devem ser tratados como prioridade. A definição de indicadores claros para mensurar o impacto das ações e estabelecer premissas de governança e de gestão que traduzam a ética e a equidade são alguns dos passos fundamentais.

Toda ação humana provoca alguma forma de impacto, portanto, a responsabilidade na tomada de decisões e busca por soluções que mitiguem esses impactos (sociais, ambientais, culturais e de gestão) na perspectiva da resolução deve ser a linha norteadora para que os pequenos negócios avancem nessa agenda. Fortalecer as práticas que a empresa já realiza (diversidade, integridade e compliance, impacto ambiental), definição de metas claras para os próximos ciclos, avançando com maturidade e compromisso. 

Não sabe por onde começar? A Agenda 2030 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS da ONU trazem uma linguagem clara e universal sobre as principais questões e desafios que nos impactam enquanto humanidade e podem ser uma ferramenta importante para ancorar o ESG nos pequenos negócios. Além dos ODS, outra prática recomendada, é a norma ABNT PR 2030 que também representa um relevante instrumento para mentoria dos negócios. 

Não existe ESG sem a sua liderança consciente para capitanear esse processo de mudança. Vamos juntos, liderar pelo exemplo?

Adelita Adiers

Mãe, Empreendedora, Associativista e Voluntária

Coordenadora de Projetos Especiais na FACISC – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina

Este texto faz parte do E-BOOK ” Vozes Femininas na Sustentabilidade” idealizado por Daniele Ciotta 

https://www.linkedin.com/in/adelita-adiers-605355104

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *