Por Daniela Delfini
Ao realizar uma busca no Google, você terá cerca de 800.000 links a respeito, inúmeros citando, reforçando e comprovando a importância de estabelecer esta importante rede de relacionamentos profissionais para a construção e consolidação da carreira. A ideia de escrever sobre esse tema foi a partir da leitura da matéria do portal Exame, mais uma das inúmeras referências, dicas e receitas de como fazer, manter e se aproveitar o networking.
Eu proponho um novo olhar. Tive a oportunidade de comprovar recentemente algo que sempre acreditei com fé quase religiosa: a qualidade das relações que desenvolvemos é um valor que se multiplica e rende mais que qualquer outro investimento. Se você tem afinidades com as pessoas com as quais se relaciona, compartilha valores éticos e humanos, nutre relações mútuas, ou seja, investe e é íntegro na amizade ou relação profissional, um dia colherá os frutos. Vou citar dois de dezenas de exemplos que eu poderia compartilhar: uma amiga de infância e uma chefe austera.
Trabalhei por 17 anos em uma mesma instituição e recentemente comecei a realizar o sonho de trabalhar como Consultora em Sustentabilidade, minha madrinha nessa nova empreitada é uma amiga de infância, do tempo que tínhamos 15 anos. Ficamos sem nos encontrar por quase duas décadas, mas hoje vejo que o que nos une são valores e isso o ser humano constrói nos seis primeiros anos de vida e carrega consigo para sempre.
A chefe austera eu busquei contato quando, juntas saímos daquela instituição, havia sido uma relação muito difícil e para minha surpresa a nossa relação se tornou uma amizade madura, divertida, cheia de boas e valiosas lições que vão revelando outros ângulos sobre o que já aconteceu conosco em outras situações.
Isso é bem diferente das receitinhas de networking que nos dão: manter relações é um pouco mais do que enviar e-mails sem assunto ou ligar sem ter o que agregar para todas as pessoas que conhecemos. Nada é mais compensador do que estabelecer relações íntegras com quem nos identificamos, relações respeitosas com quem não é tão parecido conosco, mas que certamente pode nos ensinar muito. O ser humano também é constituído pelas relações que ele estabelece e esse aprendizado pode ser muito mais gratificante do que um gelado e mecânico networking.