Por Bárbara Stainsack
Quando começamos a deixar florescer aquela vontade latente de empreender e iniciamos nossas buscas e estudos dentro do tema, muitos nos relatam suas experiências e encontramos infinitas dicas e sugestões sobre como realizar nossas ideias, o famoso caminho das pedras.
Em boa parte dos casos, as histórias que encontramos contam sobre o “início” e pulam diretamente para o “fim” da jornada, momento em que o(a) empreendedor(a) desfruta do alcance de um determinado objetivo ou atinge algo aceito coletivamente como sucesso.
Estamos despertando e compreendendo que o “sucesso” é palavra bem complicadinha de se definir, pois é algo que só faz sentido quando determinado através do prisma de cada indivíduo. Atualmente falamos mais sobre este percorrer de caminhada, mas com frequência ainda avaliamos somente uma rasa camada desse grande mergulho que conecta o “início” e o “fim” da jornada empreendedora.
Essa reflexão sobre tudo que acontece no dia-a-dia do empreendedorismo, estimula a tentativa de abordar algumas conclusões sobre o que, afinal de contas, caracteriza o que é empreender, pois entre o “início” e o “fim” há diversas “montanhas” que escalamos e descemos, e nem sempre nos deixam cientes disso tudo naquele comecinho, quando buscamos as informações para realizar nosso projeto.
É difícil criar listas que definam algo tão grandioso quanto uma experiência de vida tal qual a de tirar do papel um empreendimento. Portanto, talvez essas “montanhas” mencionadas a seguir sejam somente algumas das que fazem parte da nossa trilha. O importante é ampliarmos a troca de informações sobre essas etapas, pois é justamente nesses trechos da trilha que, em muitos casos, as boas oportunidades se perdem ou boas ideias não são levadas adiante. Caso você se identifique, saiba que definitivamente você não está sozinho(a) nessa:
- A partir do momento que um grande SIM é dito para tirar aquela ideia do papel e se começa a colocar efetivamente a mão na massa, na criação de um novo negócio, dezenas, quiçá centenas, de outros insights passam a borbulhar o tempo todo e quase não te deixam se concentrar muito numa coisa só, o que pode ser bom. Dependendo das circunstâncias, porém, ao permitir que o foco se perca, há um aumento no risco de não concretizar com qualidade nenhuma das ideias.
- Para materializar um empreendimento, na grande maioria das vezes, precisa-se fazer de tudo um muito. Isso significa dar o melhor de si em diversos papéis: gestor, criativo, marqueteiro, comercial, logística, pesquisador, contador. Então, ao mesmo tempo que foco e disciplina são necessários para efetivamente tirar uma ideia do papel e fazê-la funcionar no mundo real, também será imprescindível não deixar nenhuma das laranjas caírem. Se uma delas cair, prejuízos poderão ocorrer.
- Além de vestir vários chapéus conforme comentado no item anterior, ainda é preciso lutar contra o tempo – que só sabe correr depressa – para conseguir dedicar-se a criar, manter e fortalecer uma boa rede de contatos.
- Há muito trabalho e exige-se um alto nível de concentração para efetivamente sentir que a coisa aconteça, e mesmo quando estiver exausto(a), talvez você esteja exatamente naquele momento crucial para o negócio, e o cansaço terá que ser esquecido temporariamente para se trabalhar ainda mais.
- Se não arriscar, não há ganhos. Quando criar a coragem para arriscar, haverá o risco de cair, se cair, terá que levantar. Isso soa um tanto quanto clichê, mas virou um clichê porque realmente é assim mesmo. Não só de vez em quando, absolutamente todos os dias.
Dificuldades existirão sempre, por isso, vamos celebrar e sentir com intensidade cada uma das montanhas superadas, compartilhando nossas experiências com quem pode sentir-se apoiado ao saber de nossa jornada, observando com carinho e cuidado quem está mais a nossa frente servindo-nos de exemplo de que é possível e nos estimulando a superar nossos próprios desafio.