Durante o mês de maio, li muitas reportagens sobre mulheres e o trabalho, a maior parte eram depoimentos de executivas, comentando como o trabalho é importante na vida delas, como se realizaram no mundo dos negócios, relatando seus malabarismos para conciliar seus papéis na sociedade. Li 10 depoimentos e em 8 deles as executivas diziam que suas jornadas de trabalho consumiam uma média de 10 a 12 horas diárias. Tudo verdadeiro e com espaço para mudanças. Pouquíssimas são as empresas que oferecem algum tipo de política diferencial para mulheres mães.
Administração do tempo é matemática, se são 10 horas trabalhando, supomos 7 dormindo, restam outras 7 horas para cuidar de si e da família. Muito pouco, não é mesmo? E nem contabilizamos o trânsito das grandes cidades, que é um grande ladrão de tempo.
Mudar é preciso. Mudar a mentalidade de uma sociedade inteira. O modelo mental dos líderes é um ponto, interromper padrões e realmente incentivar o home office, tornar o dia a dia nos escritórios mais prático e produtivo. Precisamos de líderes empresariais que unam esforços com o poder público para viabilizar práticas de contratação e incentivos, para que as empresas contratem mais profissionais residentes na região de sua empresa. Ganharíamos com menos trânsito, maior economia de tempo e de recursos.
Também acho que, às vezes, as melhores mudanças vêm de dentro. Parei meu trabalho como executiva de RH quando estava grávida da minha filha há 2 anos. Na época me preocupava em conciliar a rotina com 2 filhos pequenos e também em não me entediar. Essa pausa me fez mergulhar numa redescoberta. Essa realidade nova tem sido o meu maior presente. Adoro trabalhar, desde que me descobri na carreira de pessoas, me apaixonei e me entreguei ao mundo do trabalho. Venho de uma geração de mulheres, nascidas nos anos 70, que foram sempre incentivadas a estudar muito, buscarem carreiras sólidas e independência financeira. Então confesso que no início fiquei em choque e com muitas questões em aberto.
Nesses 3 anos de maternidade, empreendi, fiz novos relacionamentos, busquei alternativas, escrevi, troquei ideias com mulheres e profissionais maravilhosas. Dei coaching, recebi coaching. E honestamente, acredito que se não tivesse tido essa pausa para descobrir coisas que amo, não seria tão feliz quanto sou agora. Eu precisava desses 3 anos de tentativa, erros e acertos, para descobrir o que mais importava, e eu tinha que encontrá-lo nos espaços tranquilos, que não parecem existir quando a agenda está tomada pelo trabalho. Permitir-se uma pausa é um avanço. A criatividade vem de pausas, ela é inspirada pela reflexão.
Ter filhos me fez mudar, muito por sinal. Uma vez que eles nasceram, eu tive que considerar as lições que eu queria que eles aprendessem e do legado que eu queria deixar para eles. E esse mergulho nos meus valores que me fez encontrar um mundo novo, da colaboração, das parcerias e da criatividade. As mulheres são inclusivas, aglutinam-se na esperança de uma ajudar a outra, essa é a natureza da maternidade.
Aparentemente, eu não estou sozinha nessa, pois 85% das mulheres não querem voltar ao seu emprego depois de ter o 1º filho. E embora ainda não tenhamos encontrado uma fórmula para mulheres mães e o mundo corporativo, o espaço para propor existe, os empregadores fariam bem em ouvir e ver como as mulheres, e especialmente as mães, poderiam ajudar suas empresas. Trabalhar duro sempre será a realidade como empreendedora ou como empregada de uma corporação, a sua missão é encontrar uma fórmula viável para você, viável para o seu estilo de vida e sua configuração de família. Permita-se!
“Aventurar-se causa ansiedade, mas deixar de arriscar-se é perder a si mesmo. E aventurar-se no sentido mais elevado é precisamente tomar consciência de si próprio.” Soren Kierkegaard, filósofo dinamarquês.
Dani Salles iniciou sua carreira em Recursos Humanos em 1997 e atuou como executiva de RH até 2011. Agora, desenvolve programas de lideranças e coaching. É qualificada nos instrumentos MBTI®, The Birkman Method® e TMP® . É practitioner em PNL pela Sociedade Brasileira de PNL. Formada em Tecnologia em Processamento de Dados e pós-graduada em Gestão em Serviços, atua como coaching para mães e é parceira de entidades de empreendedorismo materno desde 2010, criou o blog: ModernMammy. É mãe do Felipe (3anos) e da Maria Luiza (1ano) e a sua vida ficou muito mais colorida com eles!
Nenhum comentário “Pausar não é ficar parada, é movimentar-se!”
Minha querida, amei seu post! Faço parte desse grupo de profissionais que repensaram suas carreiras em busca do alinhamento aos seus valores. Reforço que o espírito empreendedor foi muito importante no meu processo de mudança. Parabéns, amiga! Estou adorando saber sobre suas realizações e felicidade! Sucesso sempre! Beijos
Olá Sueli!
Que ótimo que gostou do artigo, escrevo com o coração e é muito energizante receber mensagens como a sua! Repensar a vida através da maternidade é um grande presente, né? Muito Obrigada! Daniela
Artigo honesto e inspirador! Parabéns pela coragem da nova jornada e que venham os frutos! Estamos aqui para quebrar padrões que não nos servem mais, e para isso precisamos de pessoas corajosas como você para dar este primeiro passo!
Olá Renata,
é verdade Renata quebrar os paradigmas, exigências auto impostas e tudo mais é querer muito a mudança, perseverar a cada momento e trocar com pessoas maravilhosas, mulheres lindas para reforçar nossa crença de que equilíbrio é possível sim, para cada uma de nós! Merecemos! Muito Obrigada pelo apoio!