Um belo dia você toma a decisão de ser “patroa”, com metas e planejamentos ou simplesmente por obra do acaso, mas tudo partiu de uma decisão ou de um “pegar ou largar”, e, guerreira que é, acaba encarando o desafio.
O desafio, ao longo do tempo que passa, se torna cada vez mais desafio e com ele vem a realidade. As dificuldades se multiplicam e a certeza de que você não é onisciente fica clara diante de si, afinal você não é múltipla, embora tente ser: não é possível produzir todas as etapas, caso o ramo de atuação seja transformação; muito menos desenhar, traçar, costurar, acabar e embalar sendo da confecção; atender, captar, treinar se da qualificação pessoal, enfim, acaba em meio a um impasse e mais uma decisão é inevitável: ou fica ou cai fora.
Optando por deixar o tempo correr, sair do negócio é quase decisão por si só tomada. Reconhecer que é impossível ser tudo, mudar e partir pra outra é a coisa certa. A decisão de continuar, ficar, é a maior de todas e a mais difícil.
Olhar para o teu negócio e admitir que, nem de longe, ele é aquilo que idealizou é difícil para o ego feminino multifacetado. Aceitar que, caso continue desta maneira, seus dias estarão contados no mercado, tem gosto de derrota e abala qualquer autoestima. Assim sendo ou você decide mudar e vai à luta, ou pendura as chuteiras e desempaca para a fila andar. O que não vale é ficar em cima do muro.
A princípio a sensação é de pânico, de desespero por não saber o que fazer ou por onde começar, mas embora pareça o fim do mundo, tudo tem solução. É importante, inicialmente, reconhecer que precisa de ajuda e buscá-la sem medo.
Existem muitas instituições de ensino que possuem cursos e especializações em diversas áreas de mercado. A internet também é uma ótima fonte de conhecimento sobre os mais variados assuntos. Você pode buscar dados e informações sobre consultorias, dicas de planejamentos e estratégias, indicadores, entre outros. Tudo vai depender do que realmente é de relevância para o teu objetivo e o quanto você tem de comprometimento e interesse.
A primeira questão é: de que tamanho quero o meu negócio? Responda com sinceridade (nada pensar fora da tua realidade), seja honesta. Feito isso, o próximo passo é focar neste objetivo e planejar o caminho do êxito.
Ah, vai ser difícil essa empreitada, serão muitos altos e baixos, retornos e reviravoltas, onde muitas vezes, nesta turbulência você vai querer desistir. Embora pareça complicado, tudo isso ocorrerá porque agora suas metas estão claras e você sabe aonde quer ir. Impasse, sentimentos de frustração, impotência e incredulidade fazem parte do processo. Terá dias bons de pique total e outros que nem tratamento intensivo irá te animar, você será a imagem personificada do desânimo, mas tudo tem início e fim.
Não se oprima, vá lá, lute, persista, chore, se descabele, fraqueje, mas não desista! Você tomou a decisão e toda decisão tem suas consequências, gera desconfortos. Nestas horas, lembre-se das mulheres anteriores a você que desbravaram preconceitos, que garantiram os direitos que hoje temos e que, neste exato momento, tem uma porção de mulheres que, como você, estão na batalha. Algumas com perspectivas nem tão animadoras, mas mulheres como são, estão na luta logo que o sol nasce e ainda ficam quando ele se vai. Tantas com histórias tristes, mulheres que desconhecem carros de luxo ou grifes famosas, mas genuínas guerreiras que, como você, lutam por decência e vida melhor. Faça sol ou chuva, não importa, estão fazendo a própria história, muitas vezes, o único legado que deixam para seus filhos.
Portanto, não desista, mesmo que tudo conspire para isso. Escreva a sua história na ponta da caneta ou pedaço de pau, uma letra de cada vez, criando a escrita de vitória.
Faça a sua história, empreenda sua vida.
Semíramis Cordeiro é sócia da empresa Ponto de Evidência Soluções Gráficas. Formada em Marketing, Publicidade e Propaganda. Especialista em Empreendedorismo pela FGV/Goldman Sachs, através do projeto “10.000 Mulheres Empreendedoras do Mundo”. Possui o blog: palavrasdase.blogspot.com.
4 pensamentos em “Pegar ou largar”
gostei muito deste artigo.parabéns ROSa
E nós do seu comentário Márcia!
Um grande abraço!
Equipe ER.
É exatamente assim.E me identifico não nos melhores momentos,mas sim nos mais difíceis;os de decisão.Hora parece realmente que não dá para continuar.Aí que descubro porque sou empreendedora.Algo dentro de mim não me permite entregar os pontos.Fico muito feliz por saber que existem muitas mulheres por aí que compartilham do mesmo sentimento.
Parabéns pelas postagens!
Obrigada pela sua contibuição Danielle. O depoimento de nossas leitoras só enriquecem este espaço!
Um grande abraço!
Equipe ER.