Por Ana Caner
Já ouvi, por várias vezes, que a maior causa de insucesso nos empreendimentos, de modo geral, não é referente a algo errado que as pessoas fizeram e, sim, a algo que nunca fizeram. O fato é que as pessoas desistem. E desistem muito antes de tentar com a persistência necessária, e assim nunca saberão se teria dado certo.
E por que as pessoas desistem? Desistem por falta de confiança em si mesmo, por não acreditarem, por não darem ouvidos à sua intuição.
Muito mais que aos sinais da realidade presente, damos mais atenção a outras vozes. Vozes que vêm de nossos aprendizados antigos, de outras experiências. Vozes que muitas vezes nem sabemos dizer de onde vêm, e que dizem coisas que, muito provavelmente, não se aplicam a essa nova situação. Mas as ouvimos mesmo assim.
Uma dessas vozes, que sempre tomei como verdade, me dizia que trabalho e paixão não se misturam. Que não podemos ter tudo, que o sucesso profissional tem que vir a partir desse sacrifício, que se deve abrir mão do que se gosta.
Comecei a questionar a veracidade dessa crença. E, se não é verdade, por que continuar alimentando esse pensamento?
A neurociência me ensinou muitas coisas que podem ser valiosas e mudar substancialmente o modo como encaramos as situações. Hoje compartilharei algumas que me possibilitaram uma grande mudança em meu modo de lidar com os obstáculos. O fluxo de nossos pensamentos e sentimentos esculpem continuamente nosso cérebro. Portanto, temos, neste momento, a oportunidade de usar a mente de modo hábil para transformar nosso próprio cérebro. Tendemos a fazer as coisas do modo como sempre fazemos. Qualquer mudança vai contra esse nosso modo básico de funcionamento. Portanto, se quisermos mesmo mudar, precisamos fazer grande esforço consciente. E por fim, qualquer mudança é mais fácil quando estamos com outras pessoas.
Com as premissas acima, comecei por repensar meu trabalho. Refleti sobre o que vinha verdadeiramente fazendo há anos. Tratei de cortar de minha agenda as atividades que não me agradavam mais, que não mais me faziam sentido.
Foi como limpar o armário, tirar aquilo que não era mais importante. E assim, criar espaços. Espaço para o novo, e também mais espaço para que o que já existia pudesse expandir. Passei então a focar naquilo que mais gosto e contei com ajuda de algumas pessoas neste processo.
Mas não esqueça que o primeiro passo tem que ser dado por você mesma. Só com esforço consciente de mergulhar em si mesma e criar espaços internos que possibilitem maior clareza é que podemos expressar nossa maior verdade. E é só a partir dessa verdade que o outro pode se conectar. Pronta para uma faxina?
Comece agora mesmo. E me conte depois, o que você eliminou em sua faxina interna