Por Eduardo Senise
Amigas empreendedoras, se, em pleno século XXI, vocês ainda acreditam que tamanho é documento, creio que vocês precisam refletir mais a respeito do assunto. Como estamos falando de empreendedorismo, gostaria de lembrá-las que uma das melhores características de uma pequena empresa é justamente a possibilidade de ser ágil.
Nas grandes corporações os ajustes na estratégia são frutos de reuniões de diretoria, encontros de comitês e aprovação de conselheiros. Um caminho que em alguns casos deixa as empresas engessadas e burocráticas. Já na sua start up, vocês tem o privilégio de contar com uma equipe (em muitos casos, “euquipe”) mais próxima e que pode lhe passar informações sem perda de tempo.
Mas vale destacar que, nestas estruturas enxutas e informais, em que a empreendedora é o coração do negócio, uma dificuldade adicional surge. Há uma espécie de simbiose entre empresa e empresária. E nestes momentos o desafio passa a ser equilibrar sabiamente o tempo e dedicação necessários ao negócio e a vida pessoal, muitas vezes com família e filhos que, claro, também demandam atenção.
Recentemente, conversando com uma empreendedora de sucesso, sócia de uma empresa estabelecida em seu mercado há mais de dez anos, reconhecida como ótima mãe de um menino feliz e educado, perguntei: até que ponto você quer que sua empresa cresça?
Ao olhar em seus olhos notei quão maldosa foi a minha pergunta. Afinal, além de mexer com a ambição e os brios da questionada, automaticamente eu lhe impunha um trade off muito difícil. Afinal, ser “mãe” de uma empresa de dez anos toma muito tempo e energia, que podem ser usados para cuidar de uma criança de cinco anos. E ser a “CEO” de uma família não é o típico trabalho que pode ser tocado em meio período, não é mesmo?
Todos sabem que sonhar pequeno e sonhar grande dão o mesmo trabalho. Então, quase que intuitivamente somos levados a acreditar que devemos sempre sonhar grande. Não há nada de errado nisso, mesmo que o sonho seja ter uma pequena empresa e uma grande família.
Afinal, o tamanho não precisa ser o objetivo da sua empresa. Talvez valha mais a pena trabalhar para que ela seja perene, lucrativa e que faça você feliz.