Vamos refletir? Como o nosso pensamento pensa? Especificamente para esta frase – “quem procura, acha”, o que de verdade estamos expressando ao verbalizá-la? Acha o que? Qual é a base de tal pensamento? Otimismo? Medo? Comodismo? Acomodação? Efetivamente a raiz, seja qual for nossa análise, é: “O responsável está fora de mim, ou seja, uma outra pessoa, circunstância, governo, sistema, genética, e até Deus. A esta altura, vocês devem estar se perguntando: sobre o que ela está falando?
Pois bem, o mês de outubro foi ROSA, o de novembro foi azul. Azul porque, no mesmo princípio de outubro, o sistema de saúde procura conscientizar, através destas campanhas, a importância em alertar sobre o aumento significativo de casos de câncer de próstata.
A frase que mais escuto, seja de amigos, familiares ou pacientes, quando pergunto a um homem se ele cuida da saúde é: Quem procura, acha!
FATO 1: 60.180 novos casos de câncer de próstata “registrados” anualmente nos brasileiros, 3,4 vezes maior que outros casos de câncer masculino também de grande importância como traquéia e pulmão. E sabem que mais? Cerca de 87% atestam que não fazem os exames por preconceito! (Dados extraídos do INCA – Instituto Nacional do Câncer e de pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia)
FATO 2 – Existe um aumento assustador nos índices brasileiros (mundiais também – exceto para os países que adotaram campanha preventiva da ONU de conscientização) para suicídio de homens entre 20 e 50 anos! Estima-se que temos cerca de 26 casos/dia de suicídio em homens jovens.
FATO 3 – Em qualquer uma das duas referências acima, sabem qual é o maior e mais efetivo elemento de prevenção que pode diminuir estes índices? A conversa, isto mesmo, conversar ajuda a sair do preconceito. No caso do câncer da próstata é mito que o exame venha ferir a masculinidade ou que possa doer.
Fato 4: Estes homens são filhos, pais, maridos, namorados Quem educa? A mulher. Pense comigo: O que estamos fazendo? Como assim, quem procura acha? Acha sim e tem que achar: saúde! É sim, saúde!
Mulheres poderosas, vamos procurar sim, mais saúde! Vamos achar sim, melhores recursos para amar e viver bem! Precisamos transformar este mito, e mostrar a estes homens que amamos a verdade da prevenção, de se fazer exames periódicos para achar a saúde, não para ir ao médico ( ou a óbito), quando uma doença já estiver instalada e com pouco para se fazer.
Meu “alerta” é para pensarmos: o que será que transmitimos aos nossos filhos e homens mais próximos sobre o cuidado com a saúde? Qual é nossa maneira de pensar? Médicos servem para “cuidar da gente” ou para orientar a não ficarmos doentes?
Já foi o tempo onde os profissionais de saúde eram “semi-deuses”(ou Deuses até) decidindo sobre nossas vidas ou mortes! Hoje temos todos os recursos para nos conscientizarmos que somos 100% responsáveis por nossa saúde e bem-estar! Vamos mudar cada uma de nós e, certamente, seremos bons exemplos para aqueles que estiverem ao nosso lado.
Elisabete Della Rosa Pimentel é psicóloga pela UNIP desde 1988, sanitarista pela USP, Artista Plástica pela FAAP. Cursou doutorado como ouvinte na Biologia (USP), desenvolveu pesquisa do “DNA do inconsciente coletivo”. Dirigiu e Fundou uma ONG sobre HIV junto com os combonianos do Vaticano. Ministrou aulas em Saúde Mental e Coletiva para alunos de Medicina e Enfermagem. Membro da Equipe gestora da unidade Básica de Saúde da Santa Casa. Tem artigos publicados em revistas; consultora da Jovem Pan/AM.Em 2000, iniciou um caminho pela Arte e Tecnologia, fazendo Desktop Publishing na escola Panamerica, realizou como Design algumas coleções de joias. É sócia fundadora do projeto MULHERES QUE FAZEM _ Empresa e Programa de TV na Web, na qual hoje é Diretora , Apresentadora e Ancora da TV- Wntv.