Por Deborah Munhoz
Como as universidades brasileiras estão preparando alunos da graduação, mestrado ou doutorado para o mercado de trabalho? A resposta é simples: ainda não estão. Embora existam iniciativas em várias delas, ainda não são significativas e a maioria dos professores que falam em empreendedorismo ainda são “corpos estranhos” no meio acadêmico. Isto faz com que essa transição seja sofrida e assustadora para boa parte dos alunos. Quando ministrei o primeiro curso de Introdução ao Empreendedorismo para Cientistas na UNESP de Botucatu/SP, perguntei aos alunos quais eram os maiores medos que tinham em relação à transição da vida acadêmica para o mercado de trabalho. Suas únicas respostas foram: medo do incerto, do desconhecido e da falta de oportunidade. O ambiente universitário funciona como uma grande zona de conforto, como uma bolha de realidade a ser estourada no momento da conclusão do curso. Assim como uma criança que estoura a placenta na hora do nascimento, o estouro da bolha de realidade acadêmica pode ser adiado para o período da conclusão de um mestrado ou do doutorado, mas, fatalmente terá de acontecer. Muitos alunos, por falta de coragem de enfrentar o desafio do desconhecido, acabam optando pela carreira acadêmica, sem, no entanto, ter essa opção como uma escolha de coração. Seguem como aqueles professores que encontramos por ai sem paixão pelo que fazem, sem brilho nos olhos e sem experiência de mercado e, cujas aulas, vocês sabem…
Muitas pessoas pensam que para empreender é preciso ser dono(a) do próprio negócio. Empreender, no entanto, é um jeito de ser, de pensar e se comportar, tendo a vida e a carreira em suas próprias mãos. É a capacidade de transformar sonhos em realidade através da ação. É, acima de tudo, um(a) agente de transformação. Você pode ser este agente tanto sendo proprietário(a) de seu próprio negócio como trabalhando de carteira assinada. A escolha de empreender ou intraempreender é uma decisão que também pode mudar com o tempo, de acordo com a oportunidade e com as condições políticas e econômicas do país. É verdade, contudo, que a vida de quem trabalha através da CLT é muito menos estressante do que quem é dono(a) de seu próprio negócio, pois envolve nível de complexidade e de responsabilidade bem menor.
Ambas os caminhos requerem qualidade como iniciativa, coragem, visão, firmeza, decisão, conhecimento técnico, dedicação e muito autoconhecimento. O importante é que você encontre na sua vida profissional uma forma de crescimento pessoal aliado com a prestação de serviço para a humanidade. Isso em linguagem empreendedora chama-se “negócios ou trabalho com propósito”. Quando criei o serviço de mentoria baseado na Teoria U para universitários, por exemplo, criei uma prestação de serviço baseando-me em meu propósito de vida que é contribuir para formar uma nova geração de profissionais com consciência empreendedora para ajudar ao Brasil a participar do mercado internacional com produtos de maior valor agregado que os atuais commodities. Assim, não importa se você seja um(a) empreendedor(a) ou intraempreendedor(a). O mais importante é que use suas habilidades para tornar-se uma pessoa melhor para o mundo e fazer do seu trabalho um jeito de melhorar o mundo. Me acompanhe mês que vem para continuarmos nossa pROSA por aqui.
EM TEMPO: Para saber mais sobre a mentoria de consciência empreendedora:
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