Por Pamela Bressan
Estive presente no dia 08 de março (Dia Internacional da Mulher), na sede do Google em São Paulo, para o evento Mulheres na Tecnologia (Women Techmakers).
O evento é uma iniciativa global do Google, com o objetivo de aumentar a visibilidade das mulheres para a tecnologia, tentar reconhecer quais são as dificuldades e os desafios que tem nessa área, e tentar levantar medidas e ações para mudar esse cenário.
O evento começou com um painel de discussão sobre a participação das mulheres nas áreas tecnológicas, sobre a retenção das mesmas nas universidades e no mercado de trabalho. Com uma mesa composta por um time de mulheres qualificadas, foi trazido à tona esse tema tão pouco debatido e muito vivenciado.
Conforme os dados da pesquisa retirados da inscrição do vestibular da FUNDEST, feita pelos organizadores do evento: 59% da força de trabalho no Brasil são compostas por mulheres, e quando falamos em Computação esse número cai para 20%; em 2001, 30% das mulheres eram graduadas em Ciência da Computação, esse número caiu para 15% em 2010; em Engenharia da Computação era 19% e caiu para 10%; em Sistemas de Informação, que tinha um maior número de mulheres graduadas, caiu também de 37% para 20% em 2010, e a tendência é de queda.
O painel foi dividido em três tópicos:
Interesse: por que cada vez menos mulheres se interessam por seguir carreira em Computação?
Retenção: das mulheres que optam por um curso de computação na faculdade, poucas vão até o final e se formam, por quê?
Carreira: por que muitas mulheres abandonam carreiras em tecnologias, como podemos mudar a inclusão no mercado de trabalho?
Com muitas participações dos convidados, o painel trouxe diversas opiniões dentro de cada tópico, e se construiu uma cadeia de novos pensamentos para os tópicos abordados:
* Deixar a questão cultural sólida de lado, e oportunizar a criança o direito de poder usar brinquedos de meninos e inclusive computadores;
* Quebrar o gênero no uso de jogos: menina pode jogar com brinquedos de meninos.
* Fabricar brinquedos que possam desenvolver a criatividade, lógica e que seja usado para menina e menino, igualar a categoria;
* Quebrar a barreira dos estereótipos;
* Fornecer mentoria para as mulheres que querem entrar na área tecnológica;
* Quebrar o tabu chamado “Nerd”, e mudar a mentalidade de que esse grupo é especial ou diferente;
* Entender que somos diferentes biologicamente dos homens, porém temos os mesmos direitos no mercado de trabalho, pois somos tão boas quanto;
* Desenvolver a sensação de pertencer à classe;
* Levar as mães ao entendimento de que podem começar uma carreira na tecnologia, assim como viajar, sem ter problemas.
Dentre outras questões que foram levantadas e abordadas, o evento foi muito importante para repensarmos como estamos tratando sobre essa questão, e quem sabe podemos começar a mudança através de nossas opiniões e atitudes, não é mesmo?