Empoderamento Feminino

Empreendendo no mundo das letras

Por Mayra Corrêa e Castro

Vivemos um bom momento no Brasil da literatura escrita por mulheres (e vendida por elas mesmas). Prêmios, saraus e ebooks confirmam que dá para sonhar com ser escritora.

R$ 120.000,00 como premiação – foi a maior soma já paga a mulheres escritoras no Brasil. Em dezembro passado, Vanessa Bárbara (romance), Sônia Barros (poesia) e Adriana Griner (contos) formaram uma inédita trinca para receber o Prêmio Paraná de Literatura. Um dos mais prestigiados concursos literários do país, recebeu 650 inscrições de originais nas três categorias e trouxe para o círculo da alta literatura, aquela que tem prestígio entre acadêmicos, o vigor da escrita feminina, não apenas a publicada atualmente no Brasil, mas a que vem se mantendo em todo o mundo desde que J. K. Rowling ficou multimilionária com Harry Potter.

Fonte da imagem: Mayra Corrêa e Castro

Numa conhecida lista dos dez livros mais lidos no mundo nos últimos 50 anos, resultado da pesquisa do jornalista James Chapman, quatro são de autoras. Perdemos na contagem? Não necessariamente: dois dos candidatos são a Bíblia e o Livro Vermelho de Mao Tse-Tung – não existem concorrentes para eles. E os quatro autores homens foram quase duas vezes menos lidos, juntos, que a autora mais lida sozinha.

Top 10 dos Livros mais Lidos no Mundo – Crédito da ilustração: Jarred Fanning, EUA, 2014 para Taschen

 

E se as autoras estrangeiras vendem livro adoidado, por aqui um grupo muito empreendedor de escritoras têm mostrado que, sim, dá para furar o bloqueio comercial das grandes editoras e redes de livrarias.

No mês passado, o blog Listas Literárias postou sobre brasileiras que estão vendendo super bem na Amazon.com.br. Elas escrevem, autopublicam o ebook, montam um wordpress, divulgam certinho o trabalho nas redes sociais e encabeçam o Top 100 da loja. Se você tem alguma dúvida, a Amazon está a um clique – e esta é a distância que as separa de seus leitores.

Já na editoração offline não tem sido diferente. Em Curitiba, o grupo ME – Meninas que Escrevem conta com 292 membros dentro do Facebook. Têm organizado saraus, exposições e vendas de livros em diversos locais da cidade; assim ganham visibilidade e vendem seus livros – autopublicados na maioria.

Andressa Barichello e Marcinha Girola, autoras curitibanas que investem em autopublicação.

 

Para esta nova safra de mulheres, a motivação é o sonho de escrever. Mas sabem que sonhos não movem montanhas – metas, sim; e a meta é ser lida. Se para cada cem likes em suas fan pages elas ganharem um leitor, já é um livro vendido; e que importa se, para cada cem leitores que fizerem gratuitamente o download de seus ebooks pela Amazon, apenas um deles de fato venha a pagar pelo próximo? Elas estarão realizando cem vezes o sonho de escrever.

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